Cabo da Aeronáutica condenado por desacato a superior: chamou tenente de ‘bunduda’

cabo-da-aeronautica-condenado-por-desacato-a-superior3A-chamou-tenente-de-bunduda

Superior Tribunal Militar: cabo da Aeronáutica é condenado a prisão por ter
chamado tenente de ‘bunduda’

Ele foi sentenciado a um ano de reclusão, em regime aberto, por desacato a superior. No entanto, teve pena substituída por medidas restritivas.

1 de 1 Sede do Superior Tribunal Militar (STM) em Brasília — Foto: Reprodução/Google Street View

Um cabo da Aeronáutica, da Base Aérea de Campo Grande (MS), desacatou uma tenente, chamando-a de “bunduda”, e sugeriu que os dois fugissem juntos, em duas ocasiões, no ano de 2024. Por conta do comportamento, considerado assédio, o homem foi condenado pela Justiça Militar, em primeira instância, a um ano de reclusão em regime aberto.

Segundo a vítima, o cabo fez repetidas investidas, e ela sempre pedia para que ele parecesse, pois está noiva de outro militar. Em uma ocasião, em que os dois faziam entregas de vacinas em uma Unidade Básica de Saúde, ele chegou a dizer que “a filha deles seria linda, pois ela é bunduda e ele também é bundudo e ia ser uma filha bundudinha”.

A Justiça substituiu a condenação à prisão com medidas restritivas, com base na suspensão condicional da execução da pena pelo prazo de três anos. Portanto, o homem está proibido de ter contato, seja de modo presencial ou virtual, devendo manter uma distância de 300 metros da vítima, e ainda está proibido de cumprir serviço em conjunto com a tenente.

Além disso, o cabo deve se apresentar trimestralmente à justiça. A sentença é de 26 de fevereiro deste ano, e o cabo recorreu da decisão.

De acordo com o processo, o assédio começou em março do ano passado, quando o militar a chamou de “linda”, a “tenente mais simpática” e de humilde. Na ocasião, a Base Aérea participava de uma ação da Semana da Mulher em parceria com o Hospital do Amor, e o cabo era motorista de van disponibilizada para transporte de pacientes.

O militar continuou tecendo elogios “mesmo após a ofendida solicitar para que parasse com os elogios pois era noiva de outro militar e estava ficando constrangida’, cita a sentença.

Em junho do mesmo ano, durante uma missão para transporte de vacinas até a Unidade Básica de Saúde do bairro Bonança, o cabo era o motorista que dirigiria a ambulância e a tenente, a responsável pela entrega dos medicamentos. Naquele dia, o militar “novamente fez insinuações e menções de cunho particular que desrespeitaram a tenente”.

O cabo começou dizendo que sempre que ela fosse escalada como enfermeira no Grupo de Saúde da Base Aérea ele a auxiliaria, mas quando fossem outras profissionais, não. “Além desta insinuação, mencionou que estava com dificuldades no casamento, convidando-a para ir embora com ele”, disse a vítima em seu depoimento.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp