Cacique de aldeia indígena do Paraná é condenado a quase 16 anos por tentativa de latrocínio contra policiais da Força Nacional
Defesa alega inocência e afirma que vai recorrer da decisão. O episódio em questão aconteceu em setembro de 2024, durante ação da Força Nacional, que atua na proteção de comunidades Avá-Guarani na região oeste do estado.
Um líder indígena foi condenado a 15 anos e 10 meses de prisão em regime fechado por tentativa de latrocínio contra agentes da Força Nacional de Segurança Pública em Terra Roxa, no oeste do Paraná. A ação teria ocorrido em 6 de setembro de 2024, durante a proteção de comunidades Avá-Guarani na região.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, o cacique liderava um grupo de aproximadamente 30 indígenas quando subtraiu um fuzil de uma viatura da Força Nacional e tentou disparar contra dois agentes. Felizmente, a arma estava travada no momento. A justiça entendeu que o ato de apontar e acionar o gatilho visava a realização de homicídio.
A defesa, por outro lado, sustenta que não existia a intenção de matar. O advogado do réu afirmou que a arma foi retirada para proteger a comunidade após disparos feitos pela Força Nacional e que o cacique não sabia manusear o equipamento. Portanto, a defesa irá recorrer da decisão.
O conflito pela demarcação de terras na região é antigo, com os indígenas reivindicando novas áreas desde a construção da Usina de Itaipu. Um acordo prevê a compra de 3 mil hectares pela Itaipu para as comunidades indígenas, um processo que está em andamento. A região oeste possui um histórico de tensões relacionadas à disputa por terras.
Em setembro de 2024, os indígenas roubaram uma carabina da Força Nacional em uma área de conflito em Terra Roxa. O Ministério da Justiça e Segurança Pública relatou que os agentes estavam em negociações pacíficas quando foram atacados e tiveram a carabina subtraída por um grupo de indígenas. Após a intervenção da Polícia Federal e da Funai, o armamento foi recuperado sem incidentes.
É importante ressaltar que o processo judicial envolvendo o cacique indígena ainda está em curso e a defesa pretende recorrer da decisão. A investigação sobre possíveis testemunhos falsos também faz parte do desdobramento desse caso complexo envolvendo indígenas, Força Nacional e questões territoriais no Paraná.