Cadeirante é impedido de viajar para Recife: falta de acessibilidade em voo da Latam causou frustração em Brasília

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Toda minha família vai, eu vou ficar em casa’: cadeirante é retirado de avião, no DF, e impedido de viajar para Recife

Uma viagem planejada e sonhada por um ano acabou em frustração antes mesmo do avião decolar de Brasília para o Recife, em Pernambuco. O estudante João Marcos Caitano, que é cadeirante, foi retirado da aeronave e impedido de viajar com sua mãe, após 40 minutos do embarque, nesta terça-feira (18). A família, composta por sete pessoas, embarcou ansiosa para comemorar algo especial, mas a situação mudou drasticamente quando as poltronas não ofereciam o espaço necessário para acomodar João Marcos, que precisava de mais espaço devido à sua condição de mobilidade.

A empresa aérea Latam, em nota, alegou que o cliente comprou a passagem sem informar sua condição de mobilidade e, como realizou o check-in online, a condição só foi identificada durante o embarque. A empresa afirmou que interrompeu o embarque e solicitou um relatório médico ao passageiro. Enquanto a mãe do jovem foi realocada para outro voo, João Marcos foi impossibilitado de embarcar, frustrando seus planos de viajar com a família.

João Marcos alega que informou sobre a sua condição tanto no momento da compra da passagem quanto ao longo da última semana, o que gera um sentimento de desrespeito. A situação expõe a falta de estrutura das companhias aéreas para atender passageiros com deficiência, levantando questões sobre as políticas de acessibilidade e respeito aos direitos do consumidor. No entanto, de acordo com um especialista em direito do consumidor, as companhias aéreas podem negar o serviço por falta de estrutura para atendimento a passageiros com deficiência, desde que seja informado 10 dias antes da viagem.

A mãe de João Marcos, Edilene Caitano da Silva, relatou a angústia de ver seu filho sendo impedido de viajar e a falta de suporte adequado por parte da companhia aérea. Após horas no aeroporto, sem um novo voo disponível, João Marcos e sua mãe desistiram da viagem e retornaram para casa. A situação levanta discussões sobre a importância da acessibilidade e do respeito aos direitos das pessoas com deficiência, incluindo o direito de viajar com segurança e dignidade.

A Latam, em comunicado, reiterou que segue todas as normas e regulamentos aplicáveis e que as ações tomadas visaram garantir o bem-estar e a segurança do passageiro. A empresa orientou que o cliente apresentasse um relatório médico para avaliar sua condição médica, visando assegurar uma viagem segura e adequada. A situação de João Marcos evidencia a necessidade de uma abordagem mais sensível e empática por parte das companhias aéreas para atender às necessidades específicas dos passageiros com deficiência, promovendo um ambiente inclusivo e acolhedor para todos os viajantes.

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