Caiado abre seminário do Plano Estadual de Mineração e defende setor

O governador Ronaldo Caiado definiu a mineração como “uma fonte de renda não só para o Estado, mas para a população, desde que a aplicação do dinheiro seja de forma correta”. A declaração foi dada na tarde desta terça-feira, 28, durante a abertura do seminário “Política Mineral Goiana: Desafios para a Geologia, Mineração e Transformação Mineral”, realizado no Auditório Mauro Borges do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia.

O evento, primeiro da série de 25 previstos para este ano, faz parte do Plano Estadual de Mineração (PERM-GO). Trata-se de um projeto do Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços (SIC), que visa mapear oportunidades de negócios, atrair investimentos e melhorar a competitividade do segmento.

“Tenho lutado muito para que a mineração de Goiás possa progredir”, pontuou Caiado. Tal crescimento, continuou, deve vir acompanhado de fiscalização e controle. “Temos de nos preocupar também com a segurança”, acrescentou o governador.

O seminário reuniu representantes de universidades, setor produtivo, gestores federais, estaduais e municipais, além de instituições diversas. Durante a abertura, o titular da SIC, Joel Sant’Anna Braga, afirmou que o Estado busca, junto ao governo federal, “trazer mais investimento, recursos e empregos” a partir das pesquisas realizadas por meio do PERM-GO. “A mineração é o 3° setor mais importante da economia goiana, atrás apenas de grãos e da carne”, comentou o secretário sobre o protagonismo do segmento.

O secretário também falou do objetivo do Plano, que foi criado junto à Universidade Federal de Catalão (UFCat) para planejar e definir políticas públicas voltadas à mineração goiana. “O intuito é alavancar o setor, as questões de legislação, as oportunidades, potencialidades, cuidados com os impactos ambientais e as atividades que vão gerando. Os trabalhos serão executados por profissionais da área de direito, economia, geologia, história, geografia, engenharia de minas, comunicação e um grupo que analisará minuciosamente o contexto da mineração”, argumentou Joel.

Presente ao evento, o diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil, Cassiano de Sousa Alves, colocou a empresa pública como parceira do Estado para o desenvolvimento das atividades. “Ratifico nosso compromisso em apoiar Goiás nas frentes da linha de mineração e geologia, e também de monitoramento dos rios e dos riscos geológicos”, reforçou.

Números

Goiás é o quarto maior produtor de minérios do Brasil, com companhias mineradoras que mantêm 600 frentes de extração e faturam mais de R$ 9 bilhões, o que rende cerca de R$ 175 milhões para os cofres públicos em Contribuição Financeira pela Exploração Mineral (CFEM). A mineração corresponde a cerca de 30% de todo o PIB estadual e corresponde por aproximadamente 20% do total das exportações estaduais. A previsão é de que o setor movimente mais de R$ 30 bilhões em dez anos e gere até 200 mil empregos.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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