Caiado conclama população a se vacinar

O governador Ronaldo Caiado conclamou a população goiana a se vacinar, diante do aumento expressivo dos casos de doenças respiratórias, que tem pressionado as unidades de saúde de Goiás. O pedido foi feito durante coletiva de imprensa que marcou a abertura da 77ª Exposição Agropecuária do Estado de Goiás, na manhã desta sexta-feira (17/5), em Goiânia. “Nós estamos hoje com uma dificuldade em termos o número de crianças e às vezes adultos com estado gripal e que precisam serem internadas. No entanto, o que nós precisamos é dizer às pessoas que, por favor, tomem a vacina”, destacou.

Atualmente, os principais responsáveis pelo aumento de diagnósticos e internações em Goiás são doenças como dengue e influenza. Desde o início do ano já foram registrados 185 óbitos por dengue, 163.532 casos confirmados e 3.360 internações pela doença nos hospitais da rede da Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO). Já a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) resultou em 236 óbitos este ano, principalmente entre crianças menores de 2 anos (25 mortes) e idosos com mais de 60 anos (128 mortes). Dentro dos óbitos por Srag, a maioria registrada em 2024 é por Covid-19 (98) e Influenza (24), ambos com vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).

A Campanha de Vacinação contra a gripe, por exemplo, começou em Goiás no dia 22 de março, inicialmente para grupos prioritários. Desde o dia 2 de maio a imunização contra Influenza está disponível para toda a população acima de seis meses de idade. Mesmo assim, o índice de vacinação ainda é considerado baixo, com apenas 27,49% de cobertura vacinal para o imunizante.

O preconizado pelo Ministério da Saúde é cobertura acima de 90%. “Não existe condição de você ter leito hospitalar para atender 7 milhões de goianos que realmente não tomam a vacina […] Em vez de focar no leito, vamos focar na campanha da vacinação, porque se nós não tivermos uma vacinação, podemos transformar todas as residências de Goiás em enfermaria”, enfatizou o chefe do Executivo estadual.

Outros imunizantes

Além da influenza, o estado tem em andamento a Campanha de Vacinação contra a Dengue, que começou em fevereiro. De um total de 220.345 doses da vacina recebidas, apenas 65% foram utilizadas até o momento. Outro imunizante disponível e que tem baixa procura é contra a Covid-19. A cobertura vacinal para a bivalente hoje é de apenas 15,63%. A vacina para a Covid-19 atualmente está incluída no Calendário Nacional de Vacinação (para crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias) e é também indicada para grupos prioritários e pessoas que não tomaram nenhuma dose ou não completaram o esquema vacinal.

A principal recomendação é que a população procure as mais de 900 salas de vacina em todo estado para diminuir a possibilidade de agravamento, internação e óbitos, principalmente durante o período do outono e inverno, quando doenças de transmissão respiratórias são mais frequentes e as pessoas passam mais tempo em ambientes fechados.

“Quando a população vacina, mesmo que a pessoa tenha a doença, ela tem menos gravidade e se interna menos, então é possível proteger os hospitais para atender os casos mais graves e evitar que essa sazonalidade interfira tão significativamente nos atendimentos do sistema de saúde”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Agrodefesa apreende 10 mil embalagens de agrotóxicos armazenadas de forma irregular

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), em parceria com a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), deflagrou, na última terça-feira, 17, em Trindade e Paraúna (GO), a Operação Terra Limpa.

A ação resultou na apreensão de mais de 10 mil embalagens vazias de agrotóxicos que estavam armazenadas de forma irregular, em desacordo com legislações ambiental e de defesa agropecuária vigentes.

As embalagens foram encontradas em diferentes estados de processamento — algumas prensadas, outras trituradas —, e estavam em condições inadequadas de armazenamento. Também foi descoberto um caminhão carregado com embalagens vazias.

Os profissionais envolvidos na operação identificaram que os materiais eram triturados para reciclagem, porém a destinação final das embalagens não cumpria as normas legais de devolução de embalagens vazias de agrotóxicos.

Os materiais apreendidos – que totalizaram seis caminhões com produtos – foram enviados para a Associação Goiana de Empresários Revendedores de Produtos Agropecuários (Agerpa), localizada em Goiânia, e para a Associação dos Distribuidores de Produtos Agrícolas de Rio Verde (Adirv) para pesagem e destinação final.

Essas associações são unidades que representam os estabelecimentos comerciais de insumos agrícolas, autorizadas a recepcionar e dar a correta destinação final das embalagens vazias – que passam por tríplice lavagem pelos produtores -, ou ainda daquelas que podem conter resíduos de agrotóxicos.

Segundo a gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, os fiscais estaduais agropecuários e os agentes da Polícia Civil apuraram ainda que a intenção do proprietário do estabelecimento era desviar as embalagens para recicladoras clandestinas.

“É importante destacar que o processo legal de reciclagem de embalagens vazias de agrotóxicos é de competência do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV). A instituição é responsável pela gestão da política reversa das embalagens vazias de agrotóxicos e nós, da Agrodefesa, estamos inseridos nesse processo como responsáveis por orientar os produtores e fiscalizar o cumprimento da obrigatoriedade legal do correto armazenamento e devolução das embalagens vazias”, informa.

Penalidade

Além da apreensão do material, o responsável pelo estabelecimento foi detido pela Polícia Civil e autuado pelos fiscais da Agrodefesa. De acordo a com legislação federal e estadual de agrotóxicos, a previsão é que esse tipo de infração tenha penalidades administrativa e criminal, com multas que podem chegar a R$ 50 mil, além de pena de reclusão, de dois a quatro anos.

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, reforça que esse tipo de prática de descarte e armazenamento irregular de embalagens de agrotóxicos vazias, além de ser crime, coloca em risco o meio ambiente, a saúde pública e a economia no Estado.

“Pode trazer sérios danos para a população e afetar toda uma cadeia produtiva. Por isso, casos como esses devem ser denunciados aos órgãos competentes para que as medidas de prevenção e repressão sejam tomadas o mais rápido possível”.

Denúncia

A operação foi realizada a partir do trabalho inicial de apuração feito em Paraúna (GO) por fiscais estaduais agropecuários da Unidade Regional Rio Verdão da Agrodefesa. No município, os profissionais identificaram desvios, processamento e envio de embalagens de agrotóxicos para Trindade.

O coordenador da UR Rio Verdão, Giovani Miranda, destaca que a partir disso foi possível a identificação dos receptadores e a localização do galpão em que o processamento clandestino das embalagens acontecia.

“Essas medidas possibilitaram à Delegacia de Crimes Rurais a apreensão de outras quatro cargas nesse mesmo depósito”, informa.

Participaram da ação fiscais estaduais agropecuários das Unidades Rio dos Bois e Rio Verdão, e da Gerência de Fiscalização Agropecuária, sob coordenação da Gerência de Sanidade Vegetal, além de agentes da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR).

Destinação correta de embalagens de agrotóxicos

Em Goiás, são 13 associações credenciadas pelo inpEV, que juntas são responsáveis pela gestão em 27 Unidades de Recolhimento de Embalagens Vazias (UREV), devidamente cadastradas na Agrodefesa, sendo 17 Postos e 10 Centrais, localizadas nos seguintes municípios:

Acreúna, Anápolis, Bom Jesus, Catalão, Ceres, Cristalina, Formosa, Goianésia, Goiânia, Iporá, Itaberaí, Itumbiara, Jataí, Luziânia, Mineiros, Morrinhos, Paraúna, Piracanjuba, Porangatu, Quirinópolis, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Vianópolis e Vicentinópolis.

Os empresários que utilizam agrotóxicos, ao concluírem a aplicação, devem realizar a tríplice lavagem, armazenamento adequado e a devolução das embalagens vazias, suas tampas e eventuais resíduos pós-consumo dos produtos aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, de acordo com as instruções previstas nas respectivas bulas, no prazo de até um ano, contado da data de compra, ou da data de vencimento.

A devolução pode ainda ser intermediada por postos ou centrais de recebimento, bem como por ações de recebimento itinerantes, desde que autorizados e fiscalizados pelo órgão competente, nesse caso em Goiás, pela Agrodefesa, com a gestão sob responsabilidade do inpEV junto às suas associações de revendas credenciadas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp