Caiado critica soltura de cantor ligado ao Comando Vermelho e fala em “venezuelização” do Brasil

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O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), fez duras críticas à decisão judicial que determinou a soltura do cantor MC Poze do Rodo, preso recentemente no Rio de Janeiro sob suspeita de envolvimento com o Comando Vermelho. Em vídeo divulgado nesta segunda-feira (3/6), nas redes sociais, Caiado disse que o episódio representa uma “inversão completa de valores” no Brasil e apontou “acovardamento completo das autoridades”.

“Estou encerrando minhas atividades no gabinete e recebo agora um vídeo de um bandido que se enaltece como membro do Comando Vermelho sendo solto e comemorando como se fosse um grande líder nacional, um herói. Isso é inaceitável. Esse bandido chama-se MC Poze do Rodo”, declarou Caiado, visivelmente indignado.

O artista havia sido detido pela Polícia Civil, mas foi liberado após decisão judicial. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram o momento em que ele deixa a delegacia em clima de festa, celebrado por admiradores.

Caiado comparou a cena com a omissão do Estado frente ao avanço do crime organizado. “Será possível que nós somos obrigados a assistir cenas deprimentes como essa? Bandidos assumindo o comando e sendo homenageados como heróis? É o retrato de uma inversão total de valores no país”, afirmou. E acrescentou: “Enquanto isso, a preocupação das instituições está voltada apenas para o 8 de janeiro”.

O governador ainda questionou a ausência de ações do Executivo federal, do Ministério Público e do Judiciário diante do que classificou como “agressão à soberania brasileira”. “Onde está o presidente da República? Onde está o Poder Judiciário? O Ministério Público? Os comandos estão tomando a Amazônia e vários estados brasileiros, e nós assistimos isso sem reação?”

Em tom mais duro, Caiado alertou para o risco de o Brasil trilhar um caminho semelhante ao de regimes autoritários da América Latina. “Esse processo de venezuelização vai chegar antes das eleições se nada for feito. Estamos normalizando o domínio do crime sobre o país”, alertou.

Ao final, ele fez uma comparação direta com o estado que governa: “Se isso tivesse acontecido em Goiás, mesmo com decisão judicial, esse sujeito não sairia da cadeia. Aqui não se brinca com bandido. Isso é uma afronta à população e ao cidadão de bem. Um homem armado com fuzil, com pistola na cintura, se vangloriando de ser do Comando Vermelho e sendo ovacionado em carro aberto. Que país é esse, minha gente?”, encerrou.

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