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Caiado defende autonomia dos estados na segurança pública: “Temos que combater o crime, não ter tutela federal”

Última atualização 29/07/2024 | 11:26

O governador Ronaldo Caiado concedeu, nesta segunda-feira (29/07), entrevista ao Jornal Gente das emissoras paulistas Rádio Bandeirantes e da BandNews TV. Durante o programa, ele explicou as principais medidas que levaram Goiás a atingir quedas expressivas nos índices de criminalidade nos últimos anos e criticou a proposta do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) do Ministério da Justiça e Segurança Pública. “Temos que combater o crime, não ter tutela federal”, ressaltou, defendendo a autonomia dos estados na área.

Recentemente, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, propôs a inclusão do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) na Constituição. “Me estranhou a pequenez da proposta”, frisou, ao alegar que esperava ações efetivas para o controle das fronteiras, por exemplo, com investimentos em satélites e drones para operações nestas parcelas do território brasileiro.

Caiado foi convidado para a entrevista com os apresentadores Thays Freitas, Sonia Blota e Guilherme Macalossi em repercussão ao Congresso do Conselho Nacional dos Comandantes-Gerais (CNCG) das Polícias Militares do Brasil, realizado no último dia 25 em Goiânia (GO). Na ocasião, o governador detalhou o trabalho para diminuir drasticamente as taxas de criminalidade no estado. Entre outros avanços, os homicídios dolosos caíram 57,2%; latrocínios, 84,7%; roubos de carga, 97,6%; e roubos de veículos, 93,7%; na comparação entre o primeiro semestre de 2024 e o mesmo período de 2018. Além disso, não houve nenhuma ação de “novo cangaço”.

Para o governador, a segurança pública deve ficar livre de tutela federal e levar em conta o conhecimento da realidade da área. “Se quer conversar sobre segurança pública, converse com quem não fica na teoria. Converse com quem na prática pode mostrar experiência”, argumentou. Caiado sugeriu a construção um sistema nacional que desafogue pontos críticos no combate aos “crimes federais” e que hoje são quase que integralmente assumidos pelos estados, como lavagem de dinheiro, contrabando de armas e drogas.

O chefe do Executivo de Goiás comparou as contrapartidas financeiras de cada ente na área. Em Goiás, citou ele, o Governo do Estado investiu cerca de R$ 17 bilhões entre 2019 e 2023. No mesmo período, a União destinou apenas R$ 970 milhões ao estado. Para o governador, o debate sobre o assunto requer seriedade para “resgatar aquilo que a sociedade demanda”. “75% da população hoje está preocupada com a violência que toma conta do país”, lembrou.