Última atualização 11/09/2024 | 19:07
Em comemoração ao Dia do Cerrado, o governador Ronaldo Caiado concedeu entrevista à Rádio Difusora de Goiânia, abordando as ações do governo estadual para combater queimadas e preservar o bioma. Caiado destacou o lançamento do Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) e a lei que torna inafiançável o crime de incêndio criminoso em Goiás. A entrevista, conduzida pelos jornalistas Isadora Pícolo e Jordevá Rosa, com a participação do diretor executivo Diego Joaquim, abordou temas como a estiagem em Goiânia e a relação com o governo federal.
O governador defendeu a Lei nº 22.978/2024, que institui a Política Estadual de Segurança Pública de Prevenção e Combate ao Incêndio Criminoso. Publicada no Diário Oficial do Estado em 6 de setembro, a medida visa proteger a vida, o meio ambiente e o patrimônio. A lei prevê ações preventivas, intensificação da fiscalização e aplicação de penas severas, que podem chegar a 10 anos de prisão para autores de incêndios criminosos. Caiado elogiou o trabalho do Corpo de Bombeiros no combate aos incêndios, reconhecendo o empenho da corporação na contenção das queimadas.
Goiás lidera a redução do desmatamento no Cerrado no último ano. O governador mencionou medidas de médio e longo prazo para incentivar a preservação do bioma em parceria com o setor produtivo, destacando o Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), lançado em 10 de setembro. Denominado “Cerrado em Pé”, o programa incentiva produtores rurais a preservar áreas além das exigidas por lei, como reservas legais e Áreas de Preservação Permanente (APPs). O PSA prevê o pagamento anual de R$ 498 por hectare para proprietários rurais que se comprometerem com a preservação de áreas nativas, valor que aumenta para R$ 664 em caso de recuperação de nascentes na área.
Caiado também abordou a estiagem que afeta Goiânia há 140 dias. Ele ressaltou o controle inteligente do nível de vazão de água para abastecer a região, mencionando a estrutura recuperada para garantir o equilíbrio entre os reservatórios Meia Ponte e João Leite. O governador também reforçou a importância do uso consciente da água pela população.
Em relação ao governo federal, Caiado expressou insatisfação com o tratamento direcionado a Goiás. Ele criticou o atraso ou a rejeição de iniciativas apresentadas pelo estado, citando como exemplo a solicitação de apoio federal para equipar a primeira etapa do Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora) e construir a segunda etapa. O governador mencionou outras iniciativas que aguardam recursos federais, como a duplicação de rodovia na região de Luziânia, o Projeto de Fruticultura Irrigada do Vão do Paranã e a restauração de prédios históricos na cidade de Goiás. Na área da segurança pública, Caiado criticou a proposta de um sistema único nacional, argumentando que centralizaria o poder na União em detrimento dos estados. Ele defendeu a necessidade de a política nacional priorizar o controle das fronteiras, utilizando recursos tecnológicos como satélites e drones para combater o tráfico internacional de drogas, em vez de propor mudanças constitucionais.