Última atualização 01/09/2023 | 09:20
O governador Ronaldo Caiado voltou a criticar o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) ao destacar que o levantamento, realizado para demonstrar efeitos positivos da Reforma Tributária, ancora-se em uma série de hipóteses simplificadoras e, portanto, pouco realista para derivar os seus resultados.
“A total falta de aderência com a realidade não contribui para a discussão da reforma tributária”, garantiu Caiado em artigo publicado nesta quinta-feira, 31, no site Poder 360.
Ao explicar que é apegado aos impactos reais das políticas públicas e não a modelos que preveem de tudo, o governador de Goiás questionou os métodos do estudo por colocar em patamar de igualdade municípios que vivem realidades distintas.
“O Brasil real não está submetido a modelos estatísticos que excluem tudo que causa ruído no resultado pretendido. Firulas acadêmicas não são capazes de dar um certificado de ciência ao mais puro achismo”, reforçou Caiado.
ESTUDO
Dentre outras fontes, o estudo do Ipea utiliza a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para as suas conclusões. No entanto, Caiado ressalta que essa base de dados não é representativa para os municípios.
“Ao adotá-la, os pesquisadores igualam Goiânia, capital do meu estado, a Cavalcante, que tem o menor patamar de desenvolvimento humano de Goiás. Será mesmo que a demanda por bens e serviços nessas cidades segue o mesmo padrão?”, questionou o governador, que classifica o estudo como uma “desconexão completa com a realidade”.
Outro ponto que o chefe do Executivo goiano levanta dúvidas é com relação a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Para ele, adotam estratégias bem otimistas. A pesquisa supõe que o Brasil crescerá, anualmente, a taxas de 1,5% ou 2,5% ao ano.
“Para se ter uma ideia, um crescimento de 2,5% praticamente dobraria o PIB nacional em 30 anos. Isso nunca foi registrado na história econômica nacional. Com tamanho crescimento, qualquer desenho de reforma tributária gerará ganhos”, explica Caiado.
Arrecadação
Ao citar um trecho do levantamento, o governador ainda esclareceu que o estudo considera a receita dos entes federados como uma só, como se estados e municípios compartilhassem a arrecadação.
Caiado a tese e afirma que a receita do estado pode até despencar, mas se os municípios que compõem a unidade da federação aumentarem, então terá um estado ganhador.
“Pergunto: os municípios assumirão as despesas obrigatórias dos estados que terão frustração de receita?”, argumentou Caiado.
Ao finalizar o texto da publicação, o governador foi enfático ao destacar que a falta de aderência com a realidade não contribui para a discussão da Reforma Tributária.
“O azar de quem busca impor autoridade acadêmica no grito é que as pessoas costumam formar suas opiniões a partir do conteúdo produzido pelos artigos e não pelos títulos das matérias jornalísticas”.