Caiado exalta cultura e fé dos goianos durante Procissão do Fogaréu

Na antiga Vila Boa, Caiado exalta cultura e fé dos goianos durante Procissão do Fogaréu

O silêncio e a escuridão nas ruas da cidade de Goiás deram lugar à marcha e às chamas conduzidas pelos farricocos. Ato de fé e tradição, a Procissão do Fogaréu, realizada na noite desta quarta-feira, 5, foi registrada pelo olhar de milhares de pessoas que participaram da celebração cristã.

O percurso foi acompanhado pelo governador Ronaldo Caiado e pela primeira-dama do Estado, Gracinha Caiado. “Tudo isso faz com que a gente incentive ainda mais o turismo, a cultura e mostre às pessoas o quanto nosso estado é lindo, o quanto devemos nos orgulhar dele e cada vez mais melhorar a qualidade de vida desse povo”, pontuou o chefe do Executivo.

Realizada desde 1745 na antiga capital goiana, a Procissão do Fogaréu foi trazida ao estado pelo padre espanhol João Perestello de Vasconcelos Spíndola. A encenação, que remonta, dentro da tradição católica, a prisão de Jesus Cristo pelos soldados romanos, representados por 40 farricocos, percorre ruas e becos da cidade, com ponto de partida em frente ao Museu de Arte Sacra da Boa Morte.

Durante o trajeto, a multidão espera a passagem do grupo que sai pelas ruas da antiga Vila Boa com vestes longas de cores vibrantes, chapéus pontudos, descalços e com tochas, conhecidas como archotes, nas mãos.

Caiado, que ressaltou sua ligação com a antiga Vila Boa e a procissão que acompanha desde a infância, foi um entre os inúmeros espectadores a carregar os tradicionais archotes que iluminam a cidade após a meia-noite da Quinta-Feira Santa.

“É algo que vale a pena, o despertar desse sentimento da Semana Santa, de amor ao próximo, de solidariedade, da gente refletir e ver o quanto Aquele que nos guia, nos orienta e nos motiva passou por momentos tão difíceis na vida para poder nos dar um bom exemplo. É um orgulho pra mim poder, como governador do Estado, assistir mais uma vez a essa festa”, expressou o governador.

Aporte

Com investimento de R$ 115 mil do Governo de Goiás, o evento é organizado pela Prefeitura de Goiás em conjunto com a Organização Vilaboense de Artes e Tradições (OVAT). A iniciativa é contemplada pelo Programa Goyazes da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e recebe patrocínio da rede varejista Novo Mundo.

“Momentos de festividade como esse só comprovam que a Secult, assim como todas as outras secretarias, estão aqui para fazer políticas públicas. Conseguimos ver a cidade cheia, todos os hotéis lotados. Toda a cadeia produtiva é movimentada. É um momento importante não só para quem é religioso, mas por toda a tradição que carrega”, salientou a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes.

A programação religiosa segue até o Domingo de Páscoa, 9, com missas, procissões, orações, vigílias, canto do perdão, espetáculo da Via Sacra, entre outras atrações que ocorrem em igrejas e outros pontos da cidade. A Procissão do Fogaréu, votada pela Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) para se tornar patrimônio imaterial goiano nesta quarta-feira, 5, deve ter o título reconhecido pelo governador Ronaldo Caiado nos próximos dias por meio de sanção.

O prefeito da cidade de Goiás, Aderson Gouvea, salientou a parceria com o governo estadual para a realização da festa. “A cidade está feliz por receber tanta gente. As pessoas vêm aqui com o amor de viver o momento”, frisou ele. O funcionário público Gildásio Rodrigues e os familiares saíram de Goiânia com destino à antiga capital apenas para assistir à procissão. “É algo muito interessante, bem divulgado e a população veio em peso. Gostei e vou voltar ano que vem. Temos de valorizar”, enfatizou.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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