Caiado lança Portal de Autorregularização para contribuintes de ICMS

Os contribuintes goianos contam, agora, com uma nova ferramenta para sanar pendências fiscais com o Estado de maneira desburocratizada e rápida. O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Economia, lançou, nesta quarta-feira, 10, o Portal de Autorregularização da Receita Estadual, mecanismo que visa a redução de autuações por parte do Poder Público e o ingresso de recursos de forma ágil e sem a necessidade de punição.

A apresentação do sistema, realizada no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia, foi acompanhada pelo governador Ronaldo Caiado, pela titular da Economia, Selene Peres Nunes, além de representantes de entidades de contabilidade e do setor empresarial. O chefe do Executivo destacou que a evolução da governabilidade só ocorre quando há sintonia e não queda de braço. “Sempre fui crítico da imagem punitivista do governo. Peço todas as vezes aos servidores que tenham gestos de abrir a discussão, de serem educativos”, falou Caiado.

“É importante esse nível de convivência harmônica para que a gente chegue em resultados e consiga mostrar como esses recursos fazem Goiás avançar na geração de empregos, no número de empresas criadas, no percentual de crescimento da produção, na queda de criminalidade, na redução da evasão escolar, na retirada de pessoas da pobreza com programas sociais e nas obras de infraestrutura”, completou o governador.

Autorregularização

No portal, são oferecidos novos recursos que melhoram a interação com os contribuintes e a solução de pendências do ICMS, com as vantagens da regularização espontânea. Como explica a titular da economia, o site facilita, desburocratiza e oferece segurança jurídica no relacionamento entre as duas partes. “Esse é um programa permanente, uma mudança de cultura que facilita a vida dos contribuintes e também do fisco por aproximar as duas partes na busca da prestação de contas correta e adequada”, disse Nunes.

A estimativa da Secretaria de Economia é enviar, neste ano, pelo menos 22 mil comunicados oferecendo as vantagens da autorregularização a contribuintes de diversos segmentos econômicos detectados em malhas fiscais. O comunicado é enviado ao Domicílio Tributário Eletrônico (DTE), com prazo de 30 dias para sanar as divergências.

A expectativa da Economia é de que, com a autorregularização, o Estado arrecade cerca de R$ 550 milhões. Após o período estipulado, o Fisco entrará com o processo de penalização. Ao fazer a autorregularização, o contribuinte não sofre ação fiscal e deixa de pagar a multa que pode chegar a até 100% do valor devido do imposto, além de voltar a ficar em dia com a Receita Estadual.

“É uma inovação e um avanço nas relações público-privadas. Gera produtividade maior para as empresas e mais eficiência para o Estado”, salientou o presidente da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), José Garrote. “As empresas terão como ficar em dia e até movimentar a economia em meio às incertezas que vivemos, principalmente após a Reforma Tributária, que trouxe insegurança”, avaliou a presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRC), Sucena Silva Hummel.

Pelo portal, é possível consultar as inconsistências identificadas nas malhas fiscais (uma ou mais malhas), as formas de pagamento (à vista ou parcelado), as notas técnicas e todos os manuais que facilitam a navegação e as providências para a autorregularização ou justificativa. Para acessá-lo, basta acessar o site.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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