Caiado lança vacinação contra dengue em Goiás: “Cuidar e salvar vidas, esse é o objetivo”

No lançamento da ação em Goiás, governador Ronaldo Caiado aplica a primeira dose da vacina Qdenga

Com a meta de reduzir o número de casos graves de dengue no grupo prioritário, que inclui crianças entre 10 e 11 anos, o governador Ronaldo Caiado abriu, nesta quinta-feira, 15, a vacinação contra a dengue em Goiás. O evento foi realizado na UBS Santa Luzia, no Jardim Olímpico, em Aparecida de Goiânia, e contou com a presença do prefeito Vilmar Mariano, do secretário estadual de Saúde, Rasível dos Reis, e de outras autoridades. “Cuidar e salvar vidas, esse é o objetivo”, declarou Caiado.

Médico há quase cinco décadas, o governador aplicou a primeira dose da vacina Qdenga durante a solenidade. A menina Ana Vitória Batista, de 10 anos, foi a primeira pessoa imunizada pela rede pública estadual. “Temos critérios para que a pessoa tome a vacina. Vai começar nesta faixa etária e, de acordo com aquilo que for remetido pelo Ministério da Saúde, vamos ampliando”, explicou Caiado.

A ação começa no mesmo mês em que o Estado declarou situação de emergência em saúde devido ao aumento do número de casos de dengue. A vacinação já ocorre em 51 dos 134 municípios definidos como prioritários, e mais 71 municípios vão receber mais doses a partir desta quinta-feira, totalizando 151.968 doses enviadas pelo Ministério da Saúde. O Governo de Goiás capacitou profissionais da saúde dos municípios para realizar a imunização e também a notificação e cuidados com os pacientes acometidos pela doença.

Além disso, desde o mês passado, o Governo do Estado lidera a instalação dos chamados “Gabinetes contra a Dengue”, incentivando que cada município goiano tenha uma estrutura específica para o trabalho, de forma a unificar estratégias. Durante o lançamento da ação, o governador lembrou que a participação da população é fundamental para vencer a batalha contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. “O maior foco está no lixo nas casas. Não podemos deixar água parada porque ali é o criatório do mosquito”, destacou Caiado.

Secretário Estadual de Saúde, Rasível dos Reis reforçou o pedido para que todos se unam no combate ao mosquito: “É um momento de alerta. Estamos observando um aumento da circulação do vírus tipo 2, e isso preocupa porque ele pode provocar casos mais graves”, afirmou. “Perder um familiar por uma doença evitável é uma coisa inadmissível, então conto com a ajuda de cada um de vocês”, completou ele.

Sobre a vacina

O imunizante Qdenga é quadrivalente, ou seja, capaz de proteger contra os quatro sorotipos da dengue. O esquema vacinal é composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas. Inicialmente, a meta é imunizar pessoas entre 10 e 11 anos, faixa etária considerada segura e eficaz pela fabricante japonesa Takeda. Posteriormente, com a chegada de novas doses, o público-alvo deve ser ampliado para adolescentes até 14 anos, 11 meses e 29 dias.

Suzy Batista, mãe de Ana Vitória Batista, primeira criança a receber a vacina, endossou a importância da adesão das famílias para proteger vidas. “Trouxe ela para vacinar porque o surto de dengue hoje está muito grande”, disse ela, conclamando outros pais a fazerem o mesmo: “Venha com seu filho para vacinar, venha fazer parte da campanha e somar com a gente”.

O Brasil é o primeiro país a ofertar vacinação contra a dengue no sistema público de saúde. Os 134 municípios goianos que receberão os imunizantes passaram por alguns critérios de escolha, entre eles: ter mais de 100 mil habitantes e alta transmissão da doença; maior número de casos entre 2023 e 2024; e predominância do sorotipo 2 no final do ano passado.

Números da dengue

O aumento acelerado dos casos de dengue preocupa as autoridades sanitárias de todo o país. Em Goiás, dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) indicam que, somente este ano, já foram notificados 39.748 casos, sendo 15.810 confirmados. A doença já matou seis pessoas e outros 55 óbitos em todo o território goiano estão em investigação. Já a chikungunya tem 1.008 casos confirmados. Também foram confirmados 61 casos de zika, sendo quatro ocorrências em gestantes.

 

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp