Caiado não recomenda volta de torcida aos estádios

O governador Ronaldo Caiado não recomenda a volta da torcida goiana aos estádios de futebol neste momento. Entre os fatores citados para o impedimento está a atual taxa de ocupação de leitos nos hospitais públicos, a curva epidemiológica da Covid-19 no Estado e o número de mortes por dia.  

“Nós estamos ainda num platô, não entramos na queda dos casos de contaminação. Precisamos dar passos graduais para não comprometer nossa estrutura hospitalar”, disse. Ele acrescentou que, em Goiás, morre em média 42 pessoas por dia em decorrência da doença.

A declaração foi feita durante entrevista coletiva nesta quarta-feira, 23, depois do lançamento do Bolsa Conectividade e do anúncio da retomada do Bolsa Permanência da Universidade Estadual de Goiás (UEG). A fala foi feita um dia após o Ministério da Saúde emitir nota técnica avalizando pedido da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para que os jogos da série A do Campeonato Brasileiro tenham a participação de 30% da torcida. 

“Eu gostaria, primeiro, de ouvir como você pode fazer para que haja uma distribuição na entrada e na saída de eventos de 30%?”, disse Caiado ao frisar que todos podem ficar aglomerados e facilitar a transmissão da doença. O governador acrescentou que a pandemia não comprometeu economicamente apenas os clubes de futebol, mas também outros eventos esportivos, de lazer e de cultura.  

Apesar das razões da CBF convencerem o governo federal, Caiado informou que, em Goiás, não existe condições necessárias para permissão de torcedores nos estádios, mesmo se forem adotados os protocolos sanitários de segurança. 

“Estamos com um quadro que vem se estabilizando, mas não entramos numa fase de declínio significativo de contaminação e nem dos casos de complicação”, disse. O governador informou que a taxa de ocupação de leitos nos hospitais estaduais varia de 80% a 85% nos últimos 40 dias. “Isso é sinal da circulação do vírus, do quanto ele ainda se dissemina junto à população”, complementou. 

O governador destacou que cabe ao governo esclarecer e ter a responsabilidade pelos atos praticados em relação aos eventos. “O Estado não pode avançar acima daquilo que os dados nos mostram hoje. No momento em que nós tivermos uma menor demanda, número maior de leitos, incidência menor de casos de contaminação, tudo bem, podemos progredir”, conclui.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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