Caiado participa de reunião para debater tensão entre Bolsonaro e o judiciário

O governador Ronaldo Caiado (DEM) participou hoje da reunião com outros 24 governadores e representantes dos estados para debater a crise entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e membros do Judiciário e também para defender a democracia.

“Não é hora de extremos, é hora sim de equilíbrio, bom senso. Quero deixar claro que faço 100% coro para pedir audiência ao presidente da República e deixar claro nossas prerrogativas de governadores”, disse Caiado durante a reunião. Ele participou por videoconferência.

Segundo informações da CBN Goiânia, os governadores decidiram pedir uma reunião com o presidente para aliviar a tensão. Na semana passada, Jair Bolsonaro pediu o impeachment do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre Moraes.

Os governadores também informaram que vão preparar uma carta para os chefes dos Poderes, como da Câmara dos Deputados, do Senado e do STF para aliviar a tensão com membros do Judiciário.

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), disse que o objetivo é que o Brasil tenha mais harmonia entre os poderes para evitar um ambiente de falta de confiança para investidores.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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