Caiado recepciona policiais que atuaram no Rio Grande do Sul e ressalta: “Goiás nunca se omitiu”

O governador Ronaldo Caiado recepcionou nesta quarta-feira ,29, em frente ao Palácio das Esmeraldas, os 44 policiais goianos que se voluntariaram para reforçar a segurança e levar ajuda humanitária aos afetados pelas enchentes do Rio Grande do Sul (RS). A iniciativa, batizada de Operação “Brasil É Um Só”, teve início no último dia 17. “Goiás nunca se omitiu de enfrentar as dificuldades aqui no estado ou em qualquer lugar do país”, ressaltou Caiado. A coordenadora do Goiás Social, primeira-dama Gracinha Caiado, os secretários de Segurança Pública, coronel Renato Brum, e Comunicação, Gean Carvalho, e outras autoridades participaram do evento.

Ao longo de 11 dias, os policiais goianos realizaram 94 ações policiais, com mais de 350 abordagens, 150 patrulhamentos motorizados e 80 náuticos. Eles também auxiliaram no resgate de mais de 600 pessoas e 11 animais; entregaram uma tonelada de alimentos e mais de 5 mil litros de água potável em áreas alagadas. O grupo ainda fez três prisões e apreendeu 40 armas de fogo, além de munições e R$ 4 mil em espécie, dinheiro proveniente do tráfico de drogas. 12 policiais penais continuam em missão no solo gaúcho.

“Vocês deram essa contribuição em um momento emergencial. Não quer dizer que a situação está resolvida, pelo contrário. Teremos ainda muito tempo para trabalhar em prol desse povo, que vai demorar para se recuperar daquela tragédia”, declarou Caiado sobre o desastre que atinge cerca de 70% dos municípios do Rio Grande do Sul. Para o governador, as enchentes no RS são a maior tragédia enfrentada pelo país após a pandemia de covid-19, afetando a população e a economia.

A equipe de voluntários contou com integrantes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), além do Comando de Operações de Divisas (COD) e do Batalhão Ambiental. Apesar do cenário de tristeza encontrado, o comandante da operação, major João Junior, afirmou que o trabalho foi concluído com sucesso. “Ajudamos muita gente, e é bom ver o reconhecimento e a gratidão do povo gaúcho. O Brasil está junto, a missão é uma só”, relatou. “Estamos à disposição para novas missões”, acrescentou.

O comandante-geral da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO), coronel Marcelo Granja, lembrou que o envio de policiais ocorreu após o registro de ondas de violência e saques às casas afetadas pelas enchentes. “Fizemos patrulhamento ostensivo e preventivo com a intenção, principalmente, de evitar que novos crimes ocorressem”, observou. “Nossa tropa, altamente treinada e especializada, contribuiu com a segurança da população e ainda levou mantimentos a quem precisava.”

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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