Caiado reitera importância do combate ao uso criminoso da inteligência artificial nas eleições

O uso criminoso da inteligência artificial (IA) nas eleições foi classificado pelo governador Ronaldo Caiado como o maior desafio dos novos dirigentes do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), empossados nesta terça-feira ,30. “As montagens produzidas podem destruir uma campanha eleitoral em poucas horas. O avanço dessa prática criminosa pode interferir no processo eleitoral, ficando a dificuldade de se restabelecer a verdade”, alertou.

Durante o evento, que marcou a chegada do desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga à presidência da Corte Eleitoral, o governador ressaltou que as novas tecnologias baseadas em IA são ferramentas poderosas para o desenvolvimento social e econômico, mas que, se usadas de forma mal-intencionada, podem deixar sequelas negativas. “Não temos ainda uma legislação eficiente para tratar do tema”, afirmou Caiado, lembrando que há lacunas na legislação para combater deepfakes e disciplinar o uso de IA em peças de propaganda eleitoral.

Caiado desejou êxito aos empossados e reiterou a parceria institucional. “Tenho certeza de que Goiás dará exemplo no processo eleitoral com rigidez no combate à criminalidade em todas as forças”, declarou, acrescentado que a Polícia Civil de Goiás está à disposição para colaborar com o TRE-GO. “Que possamos ter eleições que reproduzam o sentimento dos eleitores e que possamos motivá-los para comparecer no dia do voto. Não se constrói uma democracia sem a presença dos eleitores”, resumiu.

“Não estarei na omissão”, garantiu o novo presidente do TRE-GO, desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, em seu discurso. O magistrado assumiu o compromisso de manter a observância dos atos e a atenção a eventuais excessos que, segundo ele, são utilizados “para comprometer ou garrotear o livre exercício do voto”. “O êxito das atividades da Justiça Eleitoral é fundamental para a ordem e o progresso do nosso país”, reforçou o procurador Regional Eleitoral em Goiás, Marcello Santiago Wolff.

Responsável por administrar o processo eleitoral no estado e nos municípios, a nova diretoria do TRE-GO tem mandato até 2026. Além do desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga na presidência, foram empossados nesta terça-feira o desembargador Ivo Favaro, como vice-presidente e corregedor regional eleitoral; e os desembargadores José Paganucci e Elizabeth Maria da Silva, como juízes-membros substitutos do Tribunal Pleno.

Ex-presidente da Corte, o desembargador Itaney Francisco Campos transmitiu o cargo ao novo titular. “Um Tribunal que tem como função primordial a promoção e a defesa da democracia, este regime que, com todos os defeitos, é ainda a melhor de todas as formas de governo construídas pela civilização ocidental”, disse ele.

Também participaram da cerimônia de posse, os presidentes da Assembleia Legislativa, deputado Bruno Peixoto, do TJGO, desembargador Carlos França; o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz; o arcebispo da Capital, Dom João Justino; e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), Rafael Lara Martins, entre outras autoridades e servidores do Poder Judiciário.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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