Caiado valoriza tradição e participa de desfile de muladeiros em Goiânia

Cerca de mil muladeiros participaram, nesta quinta-feira ,11, do desfile que marcou a abertura do 1º Encontro de Comitivas em Goiás. Adepto da tradição dos tropeiros, o governador Ronaldo Caiado liderou a comitiva que percorreu avenidas dos setores Nova Vila, Norte-Ferroviário, Central e Sul, em um percurso de aproximadamente nove quilômetros. “Tem muito a ver com a nossa história. É algo que fala muito da nossa cultura”, destacou ele.

Caiado ressaltou que a montaria tem uma ligação histórica com Goiás. “Não podemos nos esquecer como é que as pessoas chegaram a essa região, que é a que mais se desenvolve hoje, sustentando o crescimento do Brasil”, afirmou o governador. Ele ressaltou que a tradição faz parte da identidade goiana.

O 1º Encontro de Comitivas é uma realização da Associação Brasileira dos Criadores de Muares (ABC Muares). O evento segue até domingo ,14, no Parque de Exposições Agropecuárias de Goiânia, na Nova Vila, com previsão de receber 30 mil pessoas, entre criadores, visitantes e integrantes de 60 comitivas não só do Brasil, mas também de países como México, Estados Unidos e Colômbia.

“Tenho certeza que é o primeiro evento de muitos que teremos e que serão tradicionais aqui na nossa capital”, disse o vice-governador Daniel Vilela. A coordenadora do Goiás Social e primeira-dama, Gracinha Caiado, também participou da concentração do desfile e recepcionou a comitiva na chegada.

“As pessoas desbravavam no lombo do burro e não podemos deixar morrer essa tradição que está bem arraigada, bem junto de nós. Nós, muladeiros, mostramos isso”, afirmou o diretor da ABC Muares, Maurício Faria. Entre animais registrados e não-registrados, acredita-se que existam mais de 50 mil muares no Brasil.

Programação

A programação do Encontro de Comitivas reserva espaço para o 1º Concurso Muladeira 2024, voltado para mulheres que criam, montam e cuidam de muares em suas propriedades. A agenda do evento contempla ainda provas de montaria, laço e de animais; concurso gastronômico de Queima do Alho. No sábado ,13, show com o violeiro Almir Sater.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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