A Caixa Econômica Federal está avaliando o Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) como uma ferramenta para “navegar” em um cenário de juros altos. Em uma entrevista à CNN, a vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães, destacou que soluções estruturais para o financiamento na classe média estão sendo interditadas devido aos juros elevados.

Segundo Inês Magalhães, o novo Faixa 4 do MCMV será uma alternativa para viabilizar o financiamento imobiliário para a classe média em meio a taxas de juros elevadas. A vice-presidente ressaltou que o atual patamar da Selic, fixado em 14,25%, tem dificultado a busca por soluções estruturais para esse problema, uma vez que os financiamentos para a classe média são suportados pelos recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que seguem perdendo força.

Atualmente, o desenvolvimento de um mercado secundário de crédito imobiliário é considerado inviável, pois não há incentivo para a recompra de recebíveis. Uma alternativa em estudo é utilizar a Empresa Gestora de Ativos (Emgea), uma estatal do governo, para auxiliar nesse processo de captação de recursos. Inês Magalhães destacou a importância de atravessar esse momento de escassez de recursos no SBPE até que medidas mais estruturais sejam estabelecidas, como a criação de um mercado secundário ou outros mecanismos de captação que permitam um financiamento mais permanente.

O Faixa 4 do MCMV é direcionado para pessoas com renda mensal entre R$ 8 mil e R$ 12 mil, público que representa essencialmente a classe média. A expectativa é que essa modalidade de financiamento possibilite a contratação de 120 mil unidades habitacionais ainda este ano. Com um prazo de financiamento de 420 meses e uma taxa de juros de 10,50% ao ano, o Faixa 4 permite a aquisição de imóveis de até R$ 500 mil, contribuindo assim para a realização do sonho da casa própria para uma parcela significativa da população.