Calor em SP: Prédios nem todos suportam ar-condicionado. Entenda as limitações.

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Calor infernal? Nem todo prédio comporta ar-condicionado. Entenda.

Calor que tem tirado a paz de moradores de SP pode levar muitos a pensar na instalação de ar condicionado, mas nem todo prédio suporta

São Paulo — O calor infernal [https://www.DE.com/sao-paulo/sp-maior-temperatura-ano-17-2] das últimas semanas pode ter despertado o interesse de muitos moradores de São Paulo [https://www.DE.com/sao-paulo] em comprar um ar-condicionado para tornar o apartamento, ou pelo menos o quarto, mais fresco. O problema é que muitos acabam descobrindo da pior forma que o prédio onde moram não está preparado para receber esse tipo de equipamento.

Os problemas vão desde fiação e equipamentos elétricos insuficientes para prover o ar condicionado até a inadequação à norma técnica definida em 2014 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT [https://abnt.org.br/]), específica sobre sistemas de refrigeração. Sem a comprovação de que tudo está em ordem, a companhia elétrica não cederá ao apelo do síndico para aumentar a carga de energia para o edifício.

Homem corre em ciclovia da Avenida Paulista em setembro de 2023
Idoso se protege do sol com jornal em trecho da Avenida Paulista
Homem caminha sob sol com paletó na mão em trecho da Avenida Paulista; SP vive onda de calor
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Mulher caminha de chapéu sob sol em trecho da Avenida Paulista
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Pedestre se protege do sol com jornal em trecho da Avenida Paulista, em São Paulo

Síndica de um condomínio de 18 andares e 72 apartamentos no bairro da Saúde, na zona sul paulistana, Livia Magnani tem enfrentado uma batalha para atender ao desejo dos condôminos, que querem um refresco diante de tanto calor. “Se todo mundo sente calor, eu também sinto”, diz, também moradora no prédio.

A síndica conta que o prédio tem 10 anos e que a construtora deixou claro desde o início que a parte elétrica não suportaria ar condicionado, da mesma maneira que não aguentaria chuveiro elétrico — o prédio tem gás encanado e vem daí a água quente. “Acredito que a construtora faz por redução de custos, mas estava bem transparente”, diz.

Passado um tempo, os moradores decidiram em assembleia que a fiação até os apartamentos seria refeita para suportar ar condicionado. Tudo ficaria em torno de R$ 80 mil, dinheiro que viria do caixa do próprio condomínio. Mas daí veio uma surpresa.

A síndica deu entrada na Enel pedindo um aumento de carga para o prédio. A solicitação foi negada pela companhia, que disse que as estruturas elétricas não seguiam a norma da ABNT de 2014. O projeto da construtora tinha sido feito em 2011, mas a obra foi entregue justamente em 2014, daí a necessidade de adequação.

“Além de trocar toda a fiação, vou ter que investir para me adequar à norma da ABNT, como troca de quadro de força, entre outros”, diz Livia. As estimativas dão conta de que, além dos R$ 80 mil, serão necessários agora pelo menos mais R$ 100 mil para resolver o problema. Caso a situação seja resolvida, cada unidade poderá ter até dois aparelhos de ar condicionado.

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