Calouros de Universidade Federal do Paraná sofrem queimaduras durante trote

Calouros da UFPR sofrem queimaduras durante trote

Estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) de Palotina sofreram queimaduras durante um trote realizado na tarde da última quinta (30). Segundo informações da Polícia Militar do município, os estudantes do curso de Medicina Veterinária, foram queimados com creolina, um desinfetante e germicida, que em contato com a pele causa queimaduras.

A polícia afirmou que os estudantes estavam realizando um “pedágio” para pedir dinheiro no centro da cidade, quando o líquido foi arremessado, atingindo os estudantes – que sofreram diversas queimaduras pelo corpo. No total, 25 estudantes ficaram feridos e foram encaminhados para o Hospital Municipal de Palotina, onde passaram por atendimento médico.

Durante os depoimentos, os calouros informaram que não sabiam o nome dos envolvidos no trote, mas que visualmente conseguiriam realizar a identificação dos envolvidos. Os calouros ainda falaram que mandaram eles fecharem os olhos, se ajoelharem no chão, então o líquido foi arremessado.

A Polícia Civil abriu inquérito sobre o caso e afirmou que irá ouvir novamente as vítimas e identificar os responsáveis pelos ferimentos. Segundo a PC os envolvidos podem responder judicialmente por tortura e lesão corporal de natureza grave.

Por meio de uma nota a UFPR lamentou o ocorrido e afirmou estar indignada com a violência durante o trote, veja a nota completa na integra:

A Universidade Federal do Paraná adota a posição institucional do trote sem violência, na conscientização dos alunos de que a recepção aos calouros deve ser um momento de alegria e integração com os veteranos. A UFPR não tolera nenhum tipo de violência e o episódio infeliz envolvendo calouros em Palotina é um caso isolado. A direção do Setor Palotina já abriu o processo de apuração de responsabilidade sobre esta ação de trote violento que resultou em queimaduras nos calouros.

O estudante ou membro da comunidade que presenciar qualquer ato violento, discriminatório ou constrangedor com relação à recepção dos calouros pode realizar denúncia pelo telefone 41-984021131 ou por meio dos endereços de e-mail [email protected] e [email protected].

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Policial Militar é indiciado por homicídio doloso após atirar em estudante de medicina

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que as câmeras corporais registraram a ocorrência. O autor do disparo e o segundo policial militar que participou da abordagem prestaram depoimento e permanecerão afastados das atividades operacionais até a conclusão das apurações. A investigação abrange toda a conduta dos agentes envolvidos, e as imagens das câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
 
O governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo, lamentou a morte de Marco Aurélio por meio de rede social. “Essa não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão, sob nenhuma circunstância. A Polícia Militar é uma instituição de quase 200 anos, e a polícia mais preparada do país, e está nas ruas para proteger. Abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos,” disse o governador.
 
O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Silva, avalia que há um retrocesso em todas as áreas da segurança pública no estado. Segundo ele, discursos de autoridades que validam uma polícia mais letal, o enfraquecimento dos organismos de controle interno da tropa e a descaracterização da política de câmeras corporais são alguns dos elementos que impactam negativamente a segurança no estado. O número de pessoas mortas por policiais militares em serviço aumentou 84,3% este ano, de janeiro a novembro, na comparação com o mesmo período do ano passado, subindo de 313 para 577 vítimas fatais, segundo dados divulgados pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) até 17 de novembro.
 
O Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) do MPSP faz o controle externo da atividade policial e divulga dados decorrentes de intervenção policial. As informações são repassadas diretamente pelas polícias civil e militar à promotoria, conforme determinações legais e resolução da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).

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