Câmara adia votação sobre corte de gastos em impasse com emendas

Com impasse em emendas, Câmara adia votação sobre corte de gastos

Os deputados não apreciaram a deliberação sobre o pedido de urgência a respeito
do pacote, que é de interesse do governo federal. O pacote de gastos do governo federal, que tem por objetivo manter de pé o arcabouço fiscal, teve a votação do pedido de urgência adiada nesta terça-feira (3/12). O texto entrou em pauta na Câmara dos Deputados, mas acabou não avançando.

O pedido de urgência visa a simplificar a tramitação, abreviando a apreciação e a discussão dos textos na casa. A previsão é que a votação possa acontecer na quarta-feira (4/12). A medida pode ter ligação com restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) às emendas parlamentares. Na segunda-feira, o relator do assunto na Corte, ministro Flávio Dino, autorizou a dispensa das verbas, mas com ressalvas. Os pontos foram referendados pela Corte, por unanimidade no plenário virtual. Nesta terça, a Advocacia-Geral da União (AGU) enviou pedido à corte para que Dino reconsiderasse três restrições.

O pacote fiscal do governo federal prevê que as medidas proporcionem uma economia de R$ 70,5 bilhões nos próximos dois anos. A medida é essencial para a manutenção do arcabouço fiscal, o conjunto de regras que visa controlar os gastos públicos. O arcabouço prevê que a dívida seja reduzida até que, em 2028, o governo alcance um superávit de R$ 150 bilhões. A falta de credibilidade no respeito às regras do arcabouço levaram mau humor ao mercado financeiro. Desde antes de o pacote fiscal ser anunciado, o dólar já apresentava alta. A moeda chegou a bater R$ 6,05 na sexta-feira (29/12) e recuou no início desta semana, mas ainda permanece acima dos R$ 6.

COMO O GOVERNO QUER ECONOMIZAR

O governo federal enviou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) à Câmara e também deve apresentar um projeto de lei complementar. Os textos propõem restrição a benefícios de militares; uma trava para frear o ritmo de reajuste do salário mínimo, ainda que permita ganhos reais; aumento no imposto para os “super-ricos”, ou seja, pessoas que tenham renda superior a R$ 50 mil por mês; implantação de biometria para a concessão de benefícios da Previdência Social, entre outros pontos.

A oposição critica o texto. O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) considera que o governo quer aplicar à população mais pobre regras que ele mesmo não se empenha em respeitar. “Vimos a limitação do abono salarial. Eles querem atrelar à regra do arcabouço fiscal. Bom, eles não cumprem as regras do arcabouço fiscal, mas a população, o mais pobre vai ter que cumprir essas regras, vai ter que estar sujeito a essas regras”, disse. Junto com as medidas de restrição fiscal, o governo propôs ampliar a isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês. Este trecho ainda não foi formalizado em proposta para o legislativo, mas é alvo de críticas.

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Câmara dos Deputados busca homenagear Rubens Paiva como Herói da Pátria

A Câmara tenta, desde 2011, colocar o ex-deputado Rubens Paiva como Herói da Pátria. A intenção é votar projetos que o inscrevam no Livro dos Heróis da Pátria. Rubens Paiva foi morto pela ditadura militar em 1971 e, desde então, diversas iniciativas foram propostas para homenageá-lo.

Há 14 anos, foi protocolado o primeiro projeto de lei com esse objetivo, mas acabou sendo arquivado em 2015. Outros projetos surgiram ao longo dos anos, sendo o mais recente em 2024, impulsionado pelo sucesso do filme “Ainda Estou Aqui”, do diretor Walter Salles. Políticos como Josenildo Ramos (PT-BA) e Erika Kokay (PT-DF) foram responsáveis por apresentar os novos projetos.

Além disso, em 2014, o deputado Renato Simões (PT-SP) propôs a troca do nome da Ponte Rio-Niterói, substituindo o nome “Costa e Silva” pelo de Rubens Paiva. Essas iniciativas visam reconhecer e valorizar a importância do legado deixado pelo ex-deputado, que lutou contra a ditadura e foi vítima do regime militar.

Busto de Rubens Paiva é exposto na Câmara dos Deputados e já foi alvo de deboche por parte do presidente Jair Bolsonaro. A persistência da Câmara em homenagear Paiva reflete o desejo de reconhecer sua importância histórica e política para o país. As tentativas de incluí-lo no Livro dos Heróis da Pátria demonstram o esforço contínuo da instituição em manter viva a memória e o legado de figuras que lutaram pela democracia.

Apesar dos obstáculos enfrentados ao longo dos anos, a Câmara dos Deputados mantém seu compromisso em homenagear Rubens Paiva. A perseverança dos parlamentares em dar o devido reconhecimento ao ex-deputado ressalta a importância de manter viva a memória daqueles que lutaram pelos valores democráticos no país. Já leu todas as notas e reportagens da coluna hoje? Acesse a coluna do DE para mais informações.

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