Câmara de Goiânia: emenda prevê orçamento para métodos contraceptivos gratuitos

Câmara de Goiânia: emenda prevê orçamento para métodos contraceptivos gratuitos

O Hospital e Maternidade Municipal Dona Íris deverá receber, ano que vem, R$ 300 mil para implementação do Serviço de  Planejamento Reprodutivo, com métodos contraceptivos gratuitos. É o que prevê a proposta de emenda ao Projeto de Lei referente ao Orçamento Anual do Município para 2022, apresentada pela vereadora Aava Santiago (PSDB). O projeto ainda precisa passar por votação na Câmara dos Vereadores de Goiânia

Conforme explica a diretora da Maternidade, Marta Finotti, o serviço de planejamento familiar já existe, com colocação de DIU de cobre, realização de laqueadura e prescrição de pílulas anticoncepcionais. No entanto, o objetivo é ampliar o projeto. 

“Queremos implantar o serviço e transformá-lo num atendimento de  planejamento reprodutivo mais amplo, que possa oferecer às pacientes todos os métodos contraceptivos disponíveis, que sejam eficazes e seguros. Dentre eles, os  LARCS – métodos reversíveis de longa duração – como DIUs e implantes”, explica.

Métodos contraceptivos para mulheres de baixa renda

O serviço busca oferecer a mulheres em vulnerabilidade social a possibilidade de se planejarem quanto a ter ou não filhos. Caso fosse pagar por um DIU Mirena, por exemplo, a mulher precisaria desembolsar R$ 800. No caso de um implante hormonal, o custo fica em torno de R$ 500. Além do próprio contraceptivo, existe o custo da implantação: em média, R$ 1.000 na rede particular. 

Para a diretora da Maternidade Dona Íris, o orçamento de R$ 300 mil garantiria a compra dos primeiros implantes e DIUs. No entanto, para que o serviço continuasse, a longo prazo, é necessário que esteja previsto na legislação.

“O ideal é que houvesse um Projeto de Lei, que estipulasse verba para serviço permanente. À medida que fossem acabando os DIUs e outros métodos, a gente pudesse ter reposição constante e atender uma população que precisa muito. Principalmente as populações vulneráveis, adolescentes, pacientes drogadictas, alcoólatras, moradores de rua e mesmo as mulheres adultas jovens que desejam uma contracepção reversível de longa duração”, detalha.  

Votação na Câmara

Atualmente, o Projeto de Lei Orçamentária  está em relatoria na Comissão Mista, tendo Bruno Diniz (PRTB) como relator. Não há data exata para aprovação final, mas ela precisa acontecer antes que a Câmara encerre o ano legislativo. 

Durante a tramitação do projeto na Câmara, cada vereador tem direito a indicar, dentro do orçamento, duas emendas impositivas. A emenda que prevê o orçamento de R$ 300 mil para oferta dos métodos contraceptivos é um exemplo disso. 

O total de emendas deve representar 1,6% do orçamento do município para 2022. Na prática, cada vereador propõe projetos para o destino de R$ 2 milhões dentro do orçamento. 

Dessa forma, o plenário da Câmara vota as emendas e o orçamento anual em dois turnos. Depois de aprovadas, o prefeito, Rogério Cruz, pode sancioná-las ou vetá-las. Se sancionadas, se transformam em lei dentro do orçamento. Por outro lado, se vetadas, retornam à Câmara para que o veto seja mantido ou derrubado. Por fim, as emendas aprovadas precisam ser cumpridas no próprio ano de 2022. 

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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