Câmara de Ribeirão Preto cria Conselho de Ética para analisar cassação de vereador Bigodini: entenda o caso e as acusações

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A Câmara Municipal de Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, votou nesta quarta-feira (1º) pela criação de um Conselho de Ética para analisar a cassação do mandato do parlamentar Roger Ronan da Silva, mais conhecido como Bigodini (MDB). Dos 21 parlamentares presentes, 20 optaram pela abertura do processo, sendo que o presidente da Casa, Isaac Antunes (PL), não participou da votação. O requerimento do processo administrativo foi feito pelo jornalista Rodrigo Leone da Silva e protocolado na Câmara de Vereadores na terça-feira (30).

No documento apresentado pelo jornalista, é citada a quebra de decoro parlamentar com base na confissão de prática de crime contra o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Bigodini se envolveu em um acidente de trânsito com sua namorada, Isabela de Cássia de Andrade Faria, no domingo (28). Apesar de alegar que era a namorada quem estava dirigindo o veículo, um vídeo que circulou nas redes sociais mostrou o parlamentar no banco do motorista logo após a batida.

O vereador faltou à última sessão da Câmara, realizada na segunda-feira (29), e apresentou um atestado médico válido por quatro dias. Até o momento, Bigodini não se pronunciou publicamente sobre o ocorrido. Em seu primeiro mandato como vereador de Ribeirão Preto, Bigodini terá sua cassação analisada pelo Conselho de Ética composto pelos vereadores Diácono Ramos (União), Franco Ferro (PP), Jean Corauci (PSD), Brando Veiga (Republicanos) e Maurício Vila Abranches (PSDB).

O advogado Leonardo Afonso Pontes ressaltou que a legislação exige que os políticos deem o exemplo de comportamento, tanto em público quanto diante das leis. Caso contrário, instituições como a Câmara de Vereadores podem abrir processos. Na situação em questão, uma eventual fraude processual é um dos aspectos analisados pelo Legislativo. O processo na Câmara pode resultar em punições intermediárias, como suspensão ou afastamento temporário, em vez de uma cassação.

O acidente de trânsito envolvendo o vereador e sua namorada está sendo investigado, já que versões conflitantes nos registros da Polícia Civil e Militar levantaram suspeitas de fraude processual. Durante o atendimento da ocorrência, nenhum dos envolvidos realizou o teste do bafômetro, embora tenham sido notados sinais de embriaguez no vereador. A Câmara informou que acompanhará de perto as investigações policiais relacionadas ao caso e destacou que não compactua com condutas que desrespeitem princípios éticos e legais.

Desde o acidente, Bigodini não se pronunciou publicamente e nem se manifestou sobre as acusações feitas por ele e Isabela anteriormente. Os casos de agressão e ameaça entre o casal vieram à tona após o acidente de carro. O Conselho de Ética da Câmara se reunirá para dar continuidade ao processo de cassação e notificar a defesa do vereador, que terá um prazo de 15 dias para se manifestar. A investigação sobre a conduta de Bigodini segue em curso e novas atualizações sobre o caso serão divulgadas nos próximos dias.

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