Câmara derruba veto do prefeito à criação de atestado médico digital

Os vereadores da Câmara Municipal de Goiânia rejeitaram, nesta terça feira (04), o veto do prefeito Iris Rezende (PMDB) à matéria que institui o atestado médico digital. Por 25 votos a 4, a proposta da vereadora Cristina Lopes (PSDB) obrigará as unidades de saúde, públicas e particulares, a digitalizar atestados que justifiquem a ausência dos trabalhadores.

Segundo a autora, o processo será feito por meio de um sistema específico de informatização. “Nós iremos trabalhar com a prefeitura para que o programa seja estabelecido”, completa. De acordo com o texto, o profissional da área médica fará um cadastro com uma assinatura digital, o que poderá facilmente ser identificado na empresa ou repartição pública. As informações estarão em um banco de dados, sob proteção da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

“Nós temos uma verdadeira indústria de falsificação desse documento (atestados), que gera um prejuízo para o empregador e desconfiança para o desempregado, porque isso é feito por uma minoria e todos os outros atestados são vistos com desconfiança”, argumenta Cristina Lopes.

O objetivo principal do Projeto de Lei, segundo a autora, é a segurança do empregador, dos empregados e usuários dos serviços. “Já foi discutido no Congresso Nacional que os atestados digitais trazem mais segurança”, assegura. Conforme as pesquisas da equipe da vereadora, nas capitais que utilizam o atestado digital, a ferramenta apresenta 85% de margem de segurança.

A nova regra possui prazo de dois anos para que as unidades de saúde possam realizar as adequações necessárias, o que será controlado pela própria prefeitura.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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