Câmara Municipal de Fortaleza inicia ciclo de atividades na próxima segunda

Vereadores de Fortaleza iniciam ciclo de atividades na Câmara Municipal nesta segunda

A sessão solene contará com discurso do presidente da Casa, vereador Leo Couto, e do prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão.

Vereadores de Fortaleza iniciam atividades na Câmara Municipal nesta segunda — Foto: CMFor/Reprodução

A Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) dará início ao primeiro período legislativo de 2025 com uma sessão solene na próxima segunda-feira (3). A programação, que celebra o retorno das atividades parlamentares, começa às 9h na Praça Barros Pinho, em frente à sede da Casa legislativa, com o tradicional hasteamento da bandeira nacional.

Logo após, os vereadores seguem para o Plenário da Casa, onde serão proferidos os discursos de abertura. O presidente da Câmara Municipal, vereador Leo Couto (PSB), fará o discurso inicial, destacando as prioridades e expectativas para o ano legislativo de 2025.

Na sequência, o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT) apresentará um balanço do primeiro mês de sua gestão e entregará a mensagem com o plano de governo para a cidade. O documento trará os principais eixos de atuação e as metas para o desenvolvimento da Capital.

A CMFor convidou a população a acompanhar o momento simbólico, que marca o início de mais um ciclo de debates e votações para avanço das políticas públicas da cidade.

Para este período legislativo, 17 vereadores de Fortaleza (do último mandato) não foram reeleitos — dois deles não concorreram. Em contrapartida, 26 parlamentares retornam à Câmara Municipal para um novo mandato. Isso representa uma renovação de 40% da Casa legislativa de Fortaleza.

NOVO PRESIDENTE

Vereador Léo Couto, presidente da Câmara Municipal de Fortaleza. — Foto: Thiago Gadelha/SVM

O vereador Léo Couto foi eleito o novo presidente da Câmara pelos próximos dois anos. Ele substitui o vereador Gardel Rolim (PDT), que foi presidente no biênio 2023-2024.

Léo Couto concorreu com chapa única, que recebeu o voto de 37 dos 43 vereadores. Na mesma votação foram eleitos os outros vereadores que vão compor a Mesa Diretora da Câmara, ao lado de Couto.

A Mesa Diretora tem como atribuição dirigir os trabalhos legislativos e administrar a Câmara. Já o presidente tem a função de liderar a atuação da Mesa, pautar a Câmara e atuar como representante do Legislativo municipal.

A chapa encabeçada por Léo Couto conta com membros de outros sete partidos: PT, PDT, PP, DC, Avante, PRD e Republicanos.

Confira a composição da Mesa Diretora para o biênio 2025-2026:

Presidente: Léo Couto (PSB)
1º vice: Adail Júnior (PDT)
2º vice: Luciano Girão (PDT)
3º vice: Marcos Paulo (PP)
1ª Secretária: Carla Ibiapina (DC)
2ª secretária: Ana Aracapé (Avante)
3º secretário: Professor Aguiar Toba (PRD)
1ª vogal: Ronaldo Martins (Republicanos)
2ª vogal: Pedro Matos (Avante)
3ª vogal: Professora Adriana Almeida (PT)

CENÁRIO ENTRE PREFEITURA E VEREADORES

Câmara Municipal de Fortaleza — Foto: CMFor/Divulgação

Evandro Leitão (PT) deve iniciar o mandato com uma oposição fortalecida na Câmara Municipal, mas com fortes chances de atrair aliados para a base governista, conforme análise do comentarista de política do Sistema Verdes Mares, Inácio Aguiar.

Entenda cenário que Evandro Leitão, prefeito eleito em Fortaleza, terá na Câmara em 2025

A nova composição da Câmara Municipal traz uma mescla de desafios e oportunidades para o novo prefeito.

No primeiro turno das eleições do ano passado, 15 vereadores da coligação de Evandro foram eleitos. Como a cidade tem um total de 43 vereadores, isso significa que o petista não teria maioria numérica na Câmara a partir deste primeiro resultado.

Evandro Leitão é eleito prefeito de Fortaleza. — Foto: Thiago Gadelha/ Sistema Verdes Mares (SVM)

Como aponta Inácio Aguiar, este cenário ficou mais favorável a Evandro entre o primeiro e o segundo turno, quando a coligação do petista conseguiu o apoio de mais vereadores e chegou a ter um total de 24 parlamentares. Desta forma, uma maioria simples está formada por enquanto.

O comentarista ressalta, ainda, que o período de transição entre as duas gestões municipais vai envolver uma negociação entre os partidos para consolidar este cenário. O prefeito eleito é o atual presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, e a experiência como parlamentar estadual deve ajudar na relação com a Câmara de Fortaleza.

“O Evandro Leitão tem um perfil, uma postura muito marcada lá na Assembleia Legislativa do Ceará pela capacidade de dialogar com os diferentes partidos. Isso dito, inclusive, pelas legendas de oposição lá na Assembleia. Então, é muito provável que o Evandro comece essa negociação e que o governo dele tenha condição de fazer mais adesão de vereadores”, analisa Inácio Aguiar.

Outro ponto a ser definido é a escolha de um novo presidente para a Câmara Municipal. Caso a base de Evandro consiga indicar e eleger um aliado para esta posição, o novo prefeito terá uma conjuntura favorável para a aprovação de projetos.

OPOSIÇÃO FORTALECIDA

Dentre os desafios apontados para a atuação do novo prefeito, está o fortalecimento da oposição entre os parlamentares eleitos. O PL, por exemplo, elegeu cinco vereadores, enquanto o União Brasil terá dois vereadores na Casa. Conforme Inácio, esta oposição deve ser mais aguerrida no mandato de Evandro.

Uma possibilidade para o petista é atrair os vereadores eleitos pela coligação do atual prefeito, José Sarto (PDT). Isso porque, dos 18 vereadores que conseguiram estas vagas, 12 apoiaram André Fernandes e seis migraram para apoiar Evandro no segundo turno.

ATUAÇÃO DE VEREADORES NOS BAIRROS

Inácio Aguiar enfatiza também que os vereadores vinculam sua atuação a bairros e comunidades da capital. Por isso, a cobrança destes eleitores para que os parlamentares entreguem serviços e melhorias, sendo intermediários entre as comunidades e a Prefeitura, pode fazer com que eles se agrupem em torno da base governista.

“É isso que acontece em Fortaleza, é isso que acontece na maioria das cidades brasileiras e é isso que acontece, inclusive, no Congresso Nacional, em que o governo Lula foi eleito com uma minoria e conseguiu, de alguma maneira, equilibrar a balança, os pratos lá no jogo do parlamento na Câmara e no Senado”, analisa.

Desta forma, as dificuldades de Evandro por conta de uma oposição mais forte podem ser compensadas se houver mais adesão à base do novo prefeito.

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