Câmara Municipal deve sofrer desfalque na eleição deste ano

As eleições deste ano prometem um cenário de renovação na política brasileira. Além da Presidência da República, haverá renovação nos governos estaduais, na Câmara Federal, Senado e nas Assembleias Legislativas, com reflexo também nas casas legislativas municipais, já que muitos vereadores devem concorrer a outras vagas na política regional.

Em Goiânia, por exemplo, dos 45 vereadores, 14 estão interessados em mudar de cadeira, sendo sete veteranos na Câmara Municipal, e em eleições anteriores. É o caso da Tatiana Lemos, que se candidatou a deputada federal nas duas últimas eleições e perdeu. Já os novatos apostam no anseio popular de “renovação”. Estes, por sua vez, devem tomar cuidado com as articulações partidárias, que em sua maioria são lideradas por “figurinhas repetidas”.

A avaliação é do cientista político e publicitário Ademir Lima. “Acredito que o Kajuru tem cadeira garantida na Câmara Federal. No Senado é mais difícil. Na Assembleia, historicamente, a renovação é mínima. Dos 10 citados, quatro, têm chances reais de vitória, desde que trabalhem coligação, chapa e apoiadores no interior”, pontua Ademir.

Devem disputar a uma vaga na Assembleia os vereadores: Alysson Lima (PRB), Cabo Senna (PRP), Clécio Alves (PMDB), Dra. Cristina (PSDB), Elias Vaz (PSB), Felisberto Tavares (PR), Kleybe Morais (PSDC), Paulinho Graus (PDT), Paulo Daher (DEM) e Paulo Magalhães (PSD). Os vereadores Vinicius Cirqueira (PROS), Tatiana Lemos (PCdoB) e Eduardo Prado (PV) são mais pretenciosos e devem disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Confiante e ousado, Jorge Kajuru (PRP) acredita que pode multiplicar os mais de 106 mil votos que teve para vereador nas eleições de 2014 para se eleger deputado federal e deve concorrer ao Senado. O próximo pleito vai impactar também o “tabuleiro” do executivo municipal com a posse dos primeiros suplentes.

De certa forma, diz o cientista político e publicitário, os pré-candidatos, veteranos ou não, estão construindo pontes e alinhando articulações políticas desde o ano passado, a exemplo do delegado Eduardo Prado, que construiu um bom relacionamento político entre os deputados estaduais em busca de solução para o impasse do alinhamento de preço dos combustíveis, por exemplo. “Acredito na força do meu trabalho e conheço a necessidade da população. E a boa relação com o legislativo goiano me rendeu alianças políticas para as eleições deste ano”, diz Eduardo Prado. “A única certeza é de que o eleitor está cada vez mais desconfiado e desacreditado no que se refere a política é que o eleitor só definirá seu voto aos 45 do segundo tempo”, finaliza Ademir.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp