O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu não levar adiante o projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro, apesar da pressão do PL no fim de semana. A colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, relata que Motta pretende manter a proposta fora da pauta, contando com o apoio da maioria das legendas. Ele se reunirá com os chefes de bancadas para discutir o assunto, mas a expectativa é que o projeto continue engavetado.
Segundo informações do jornal, Hugo Motta acredita que a anistia não seria bem recebida politicamente e poderia gerar conflitos diretos com o Senado e o Supremo Tribunal Federal, que provavelmente a vetariam. Uma votação simbólica na Câmara aumentaria a tensão com ministros do STF, como Alexandre de Moraes, relator das ações do 8 de Janeiro.
O presidente da Câmara tem defendido, em conversas privadas, que uma solução mais viável seria o avanço do projeto que revisa as penas dos condenados. Esse projeto, sob relatoria de Paulinho da Força (Solidariedade-SP), poderia resultar em ajustes que reduziriam as punições, inclusive a de Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses por liderar o episódio golpista.
No entanto, a revisão das penas também enfrenta desafios, já que o PL pressiona por uma anistia completa, enquanto o PT se opõe a qualquer flexibilização das decisões do STF. De acordo com fontes do Congresso, a anistia não tem chances de avançar no momento, mas a revisão das penas é vista como uma alternativa mais viável, com potencial para negociações e aceitação mais ampla, inclusive entre os ministros do Supremo.
O presidente da Câmara deixou claro que não cederá à pressão do PL a curto prazo. O tema só voltará à mesa se houver uma mudança significativa no cenário político.




