Câmera corporal flagra execução de suspeito rendido em Paraisópolis: PM preso [SEO]

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Câmera corporal mostra PM executando suspeito que estava rendido durante operação em Paraisópolis

Nas imagens, é possível ver um dos homens, identificado como Igor Oliveira de Moraes Santos, de mãos erguidas, ajoelhado e encostado em uma parede. Ele está rendido, sem oferecer resistência.

Vídeo de câmera corporal mostra execução de suspeito rendido em operação em Paraisópolis [https://s01.video.glbimg.com/x240/13757152.jpg]

Vídeo de câmera corporal mostra execução de suspeito rendido em operação em Paraisópolis

A câmera corporal de um policial militar preso por matar um suspeito gravou o momento em que ele atira contra o homem já rendido. O caso ocorreu durante uma operação na noite de quinta-feira (10), na favela de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo [DE]. Após a execução, um segundo suspeito também morreu em meio ao confronto.

Nas imagens, é possível ver um dos homens, identificado como Igor Oliveira de Moraes Santos, de mãos erguidas, ajoelhado e encostado em uma parede. Ele está rendido, sem oferecer resistência.

Em seguida, um dos policiais aponta a arma a curta distância. No vídeo, é possível ouvir ordens sendo dadas, mas, logo depois, ocorre o disparo — e Igor cai imediatamente. Os demais agentes seguem na casa, onde há gritos e barulhos de mais tiros durante a operação.

Pelas imagens, também é possível ver que os policiais usam o modelo novo de câmeras corporais, fixadas na farda, registrando em detalhes o deslocamento dos PMs pelo cômodo apertado e a forma como renderam os suspeitos antes do disparo fatal.

Segundo o coronel Emerson Massera, chefe da comunicação da PM, as prisões dos agentes aconteceram após a análise das imagens das câmeras corporais usadas pelos policiais.

O 16º Batalhão, do qual os PMs fazem parte, está no primeiro grupo de agentes que receberam as novas câmeras corporais nas fardas — o grupo recebeu 206 equipamentos. A partir de junho, mais 5.148 câmeras começaram a ser distribuídas para 28 batalhões.

Em entrevista à imprensa nesta sexta-feira (11), ele explicou que, ao abordarem suspeitos de tráfico de drogas dentro de uma casa na comunidade, dois policiais atiraram quando um dos acusados, identificado como Igor Oliveira de Moraes Santos, já estava rendido, com as mãos na cabeça.

O segundo suspeito morto é Bruno Leite, de 29 anos.

> “O homem já estava rendido quando os policiais efetuaram os disparos. (…) A ação dos policiais foi ilegal”, disse. “A ação começou completamente legítima. (…) Num determinado momento, esse homem já estava rendido quando os policiais efetivaram os disparos, sem nada que os justificasse”, afirmou.

Os quatro suspeitos estavam fugindo e tinham entrado na casa de um morador que não tinha qualquer envolvimento com a ação quando a polícia chegou. Com eles, foram apreendidas três armas de fogo, carregadores, drogas, dinheiro e celulares.

Massera ressaltou que a corporação não compactua com erros de policiais e que foi determinada uma apuração rigorosa sobre o episódio. “Foram condutas criminosas”, acrescentou. “Reconhecemos nosso erro e os policiais já estão sendo responsabilizados e vão responder por isso”, disse. Segundo ele, “houve o erro do policial, não falta de treinamento ou preparo”.

Os agentes usavam o modelo novo de câmeras corporais, em que a gravação tem que ser ativada. De acordo com o coronel, uma das câmeras foi acionada por um dos policiais, ativando automaticamente, via bluetooth, as demais.

Mais dois policiais que participaram da abordagem foram indiciados. O homicídio doloso (quando há intenção de matar) será investigado em um inquérito que tem prazo de 20 dias e poderá ser prorrogado por mais 40 dias. Ao final da investigação, as imagens das câmeras corporais serão liberadas.

Três homens que também estavam na casa foram presos. Dois deles não tinham passagens criminais.

Além deles, um quarto homem foi preso por participar das manifestações que aconteceram em seguida em reação à morte do suspeito já rendido.

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