Câmera corporal flagra policiais disputando racha e causando acidente com viatura

Uma câmera corporal de um policial militar registrou o momento em que ele e outro agente disputam um racha enquanto estavam em serviço com uma viatura da Polícia Militar, no bairro do Ipiranga, zona sul de São Paulo. O caso, ocorrido na madrugada de 13 de julho deste ano, veio a público após o Metrópoles divulgar as imagens nesta quarta-feira, 6.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a conduta dos policiais foi investigada e resultou em um inquérito policial militar, que foi concluído e enviado à Justiça Militar. Quatro agentes foram afastados das atividades operacionais e acusados com base no artigo 175 do Código de Trânsito Brasileiro, que trata da prática de rachas em via pública.

O Tribunal de Justiça Militar apontou infrações ao artigo 280 do Código Penal Militar, que prevê penalidades para violações de regulamentos de trânsito, e ao artigo 308 do Código de Trânsito Brasileiro, que proíbe corridas e disputas automobilísticas em vias públicas. Três dos policiais, que estão em estágio probatório, enfrentam um Processo Administrativo Exoneratório, enquanto o quarto, um soldado de 1ª classe, está sujeito a um Procedimento Administrativo Disciplinar. Ambos os processos podem resultar na exoneração dos envolvidos.

Além das implicações administrativas, os agentes respondem a um processo civil para indenizar danos causados a terceiros e ao patrimônio público. A corrida resultou em prejuízos, incluindo a viatura danificada e danos a dois veículos de civis. No vídeo, o policial ao volante diz: “Vamos apostar um racha?” e acelera, seguido pelo outro carro da PM. Em seguida, o motorista perde o controle e colide, danificando a frente da viatura.

Em nota, a Polícia Militar afirmou que os quatro policiais permanecerão afastados enquanto aguardam a decisão final. A corporação reforçou seu compromisso com a segurança pública, ressaltando seus mais de 190 anos de serviço e medidas para garantir uma atuação preventiva e segura.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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