Câmera de segurança flagra racha fatal em alta velocidade na Rodovia dos Bandeirantes: investigação em curso

VÍDEO: câmera de segurança flagra carros envolvidos em racha em alta velocidade
na Rodovia dos Bandeirantes

Segundo a Polícia Civil, motoristas de carros esportivos estavam participando de racha momentos antes de batida; acidente terminou com a morte de Gustavo Henrique Buchholz Toffani, de 25 anos.

Câmera de segurança flagra carros envolvidos em racha em alta velocidade na Rodovia dos Bandeirantes

Câmeras de segurança registraram veículos envolvidos em um racha trafegando em alta velocidade pela Rodovia dos Bandeirantes, na altura do quilômetro 40, em Cajamar, Grande São Paulo, na madrugada desta quinta-feira (9), momentos antes de colidirem, segundo a Polícia Civil.

✅ Clique aqui para se inscrever no canal do DE SP no WhatsApp

Gustavo Henrique Buchholz Toffani, de 25 anos, morreu no local do acidente.
Outras três pessoas ficaram feridas, duas em estado moderado e uma, leve.

No vídeo, é possível ver os faróis alinhados dos carros esportivos de luxo prestes a apostar corrida. Em outro momento, um dos veículos se destaca e dispara na pista, seguindo em alta velocidade.

Ainda na sequência, as câmeras flagraram quatro homens parados com três carros no acostamento conversando.

Segundo o boletim de ocorrência, o acidente aconteceu porque o motorista do carro branco, que vinha em alta velocidade, tentou fazer uma ultrapassagem pela direita e bateu na proteção metálica de uma obra. Ao mesmo tempo, o condutor do carro de cor prata também tentou mudar de faixa, mas acabou rodopiando na pista e colidindo.

Ainda segundo o registro, sete empresários estavam envolvidos no racha. Antônio Tomé dos Santos Júnior, de 25 anos, era o motorista do esportivo branco, e foi preso em flagrante. Gabriel Elias Dogbi Menuzzo dirigia o veículo cinza, e também foi preso. Ele estava acompanhado de Vitor Baldineti Oliveira, de 30 anos, Gian Luca Buchholz Gonçalves, de 18 anos, e Gustavo Henrique Buchholz Toffani, de 25 anos, que chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Bruno Gustavo Antônio, de 29 anos, conduzia o esportivo verde. Raphael Rodrigues Vedovato, também de 29 anos, dirigia o carro preto e André Rodrigues Lima, de 24 anos, o automóvel cinza.

INVESTIGAÇÃO

Os cinco motoristas foram enquadrados no artigo 173 do código de trânsito e multados por disputar corrida. Segundo o delegado Lucas Esteves, a equipe chegou ao local do acidente após uma denúncia apontar que cerca de 30 carros esportivos estariam praticando racha. “Foi apurado preliminarmente que eles se encontravam em um posto para exibir os carros. Em seguida, saiam no sentido da rodovia. Aparentemente, eles conversavam e mantinham contato por redes sociais”, afirmou o delegado.

O advogado dos motoristas que não se envolveram no acidente negou que eles estivessem participando de um racha. “Eles estavam andando na rodovia com a velocidade compatível, eles presenciaram os carros passando por eles e lá na frente teve o acidente. Quando chegaram no local, o acidente já tinha ocorrido, já tinha viatura no local, os próprios policiais deram suporte, perguntaram para eles e trouxeram para cá como testemunhas”, afirmou o advogado Rodrigo Feitosa.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Ministra Marina Silva responde carta de estudante vencedora do Pulitzer sobre ameaça a manguezais: Juliana Zatarim, de Piracicaba (SP)

Ministra Marina Silva responde carta de estudante do interior de SP vencedora de concurso do Pulitzer sobre ameaça a manguezais

Juliana Zatarim, de Piracicaba (SP), foi a única brasileira entre premiados no concurso internacional, que solicitou envio de cartas a líderes mundiais sobre temas de preservação ambiental.

Juliana foi a única brasileira a vencer o prêmio promovido pelo DE Center — Foto: Reprodução/DE Center

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, respondeu à carta enviada pela estudante de Piracicaba (SP), Juliana Zatarim, em que a jovem demonstrava preocupação com os manguezais amazônicos e como eles são afetados pelas mudanças climáticas. O texto, originalmente escrito em espanhol e endereçado à titular da pasta, era requisito de um concurso internacional, promovido pelo DE Center.

O texto da estudante do interior de São Paulo ficou entre as os seis vencedores do prêmio “Cartas por Nossas Florestas e Oceanos”. Ela foi a única brasileira entre os premiados no concurso que solicitava a escrita de cartas direcionadas a líderes mundiais sobre temas de preservação ambiental.

Na resposta à carta de Juliana, a ministra, além de parabenizar a jovem pela iniciativa e premiação, também definiu o texto como um alerta sobre os riscos do presente que comprometem o futuro. Leia um trecho da mensagem de Marina Silva à estudante, abaixo:

> “Acima de tudo, desejo que sua carta seja lida não apenas por mim, como ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, mas por todas as autoridades brasileiras e internacionais, empresários e todas as pessoas que se preocupam com nosso bem maior: a vida. Sua carta é uma lembrança necessária dos riscos que enfrentamos no presente e que comprometem o nosso futuro. A conservação dos manguezais é de suma importância para o país, razão pela qual elegemos esse tema como prioritário”, afirma a ministra.

Ao DE, a estudante disse que ficou muito feliz com a resposta da titular da pasta.

> “Fiquei muito feliz com a resposta da ministra Marina Silva. Ela destacou ações importantes para a preservação dos manguezais e reforçou o compromisso sobre e com a proteção ambiental. Mostrando a preocupação que eles estão tendo, reforçando essa ideia, como o Programa Nacional de Conservação e Uso Sustentável dos Manguezais do Brasil, que a ministra citou”, declarou.

Juliana teve como concorrentes do concurso outros 700 alunos em toda a América Latina. Ela foi supervisionada pela professora de língua espanhola do colégio, responsável pela orientação no concurso, Sandra Del Valle.

A jovem escolheu direcionar sua carta para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, retratando a situação preocupante das mudanças climáticas, com foco especial nos manguezais amazônicos, propondo e solicitando medidas para amenizar o quadro.

Ao DE, a professora de espanhol explica que soube da existência do concurso por meio de um ex-aluno do colégio onde leciona, formado em Jornalismo.

> “No mês de junho, me inscrevi para ser orientadora do concurso, selecionaram 20 pessoas de toda América Latina. Fui escolhida entre mais de 200 candidatos. Participei do treinamento no mês de julho. Em agosto, ministrei a oficina para orientar os jovens interessados em participar do Concurso. Enviamos um total de 36 cartas. Recebi a colaboração das professoras de Redação do colégio, Tamara e Debora. Participava toda a América Latina. A carta da nossa aluna concorreu com mais de 700 cartas enviadas”, detalhou a professora de Juliana.

O DE, responsável pelo prêmio, é uma organização de mídia noticiosa situada na capital dos Estados Unidos, Washington DC. A ideia do concurso das cartas é incentivar a escrita persuasiva e a tomada de ações acerca da proteção ambiental.

Os participantes precisavam escrever uma carta de no máximo 500 palavras, baseada em alguma reportagem publicada no site do DE nas categorias Florestas, Oceanos, Clima e Trabalho.

O prêmio é de 250 dólares americanos, equivalentes a cerca de R$ 1.500, voltados para a implementação de ações ambientais nas comunidades onde vivem os alunos.

> “Estou lisonjeada principalmente por poder ajudar o nosso país com a doação. Espero que meu ato consiga conscientizar as pessoas, principalmente as pessoas da minha idade”, conta Juliana.

Juliana selecionou uma matéria na categoria oceanos para basear seu trabalho. Com título de “Mais extensos do mundo, mangues amazônicos são ameaçados pelas mudanças climáticas”, o conteúdo fala sobre o ecossistema que se estende por quase 8 mil quilômetros na costa norte do Brasil e que está ameaçado pelas alterações nos padrões de temperatura e clima da Terra.

> “Tudo está completamente interligado, porque vivemos em um único planeta e dependemos dos recursos naturais para a nossa sobrevivência. O aumento do nível do mar e das temperaturas está a destruir os mangues, afetando o seu papel como habitat dos animais e a sua capacidade de capturar e armazenar dióxido de carbono”, explica a estudante.

Ao longo da carta escrita por ela, Juliana descreve a urgência e necessidade de que haja conscientização social e de políticas climáticas severas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Diante da sua preocupação, a estudante também estabelece as metas do que pretende fazer com o prêmio recebido.

> “É isso o que proponho na minha carta, no intuito de priorizarmos a proteção ambiental. Estou muito feliz com a premiação e minha intenção é doar o prêmio para um projeto de reflorestamento.”

O pai de Juliana, Marcelo Zatarim, é produtor rural em Piracicaba, sabe da importância dos projetos de proteção ambiental e apoia totalmente as escolhas e decisões da filha. A notícia de que ela havia sido a brasileira ganhadora do prêmio foi um presente para ele e o resto da família.

> “Não cabe o orgulho de ter uma filha que está fazendo por merecer. Tá estudando, tá buscando. Veio a notícia que foi um presente de natal pra nós. A gente não sabia o que pensar de tanto orgulho”, relembra.

Ele conta que a filha o informou de que o trabalho que ela desenvolveu e a fez ganhar o prêmio foi pensando no trabalho do pai, que ela cresceu observando.

Quanto à destinação do prêmio, Marcelo está ajudando Juliana. Por meio de seu conhecimento e associação no meio rural, eles estão negociando a compra de diferentes tipos de mudas para plantio e reflorestamento com uma empresa local. As mudas são de espécies de árvores que variam desde o pau-brasil até ipê, todas nativas.

> “A gente [família] fica contente que a Ju está tentando fazer com que o mundo fique melhor, tentando mandar uma mensagem para que todo mundo preserve e faça da melhor forma possível”, concluiu.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp