Câmera escura detecta sangue em cenas de crime com precisão de três dias

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Cientistas criaram uma câmara escura que confirma a presença de sangue em cenas de crime através de vídeos gravados com um celular. O dispositivo, desenvolvido por um mestrando da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), não apenas detecta o sangue humano, mas também estima o tempo em que o material biológico permaneceu no local com precisão de pouco mais de três dias e meio. A ferramenta, feita de papelão, oferece uma análise mais rápida e econômica em comparação com métodos tradicionais de laboratório.

O projeto, chamado de CDIB (Imagem digital baseada em quimiluminescência), foi divulgado em um artigo na revista científica “Analytical Methods”, da Royal Society of Chemistry, do Reino Unido. A pesquisa contou com a colaboração de instituições como a UFPE, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do estado.

A metodologia da câmara escura se baseia no uso de luminol, um composto químico que reage com a superfície contaminada e emite uma luz azul, indicando a presença de sangue. O dispositivo, com uma abertura para o celular, grava a reação química do início ao fim, possibilitando a confirmação da presença de sangue humano nos locais analisados.

Para validar a eficácia da tecnologia, foram realizados testes com amostras de sangue humano, fígado bovino e substâncias simulando tecido biológico, como batom, tinta vermelha e ketchup. Os resultados revelaram que a câmara escura possui uma taxa de acerto de 90%, demonstrando a precisão do método desenvolvido pelo mestrando da UFPE.

A análise de um vídeo, para uma única amostra, se estende por 15 a 20 minutos, dependendo da quantidade de dados a serem processados. O projeto contou com a contribuição da Polícia Científica de Pernambuco, que auxiliou nos testes de identificação de sangue humano em diferentes superfícies e materiais similares ao tecido biológico.

Com a evolução da tecnologia e a expertise adquirida ao longo dos séculos, a câmara escura se destaca como uma ferramenta inovadora para a detecção de sangue em cenas de crime. A combinação de métodos tradicionais com a atualização tecnológica oferece uma abordagem eficiente e precisa para os peritos e investigadores, possibilitando uma análise minuciosa dos locais de crime com o uso de um simples celular.

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