Caminhões de lixo se transformam em galeria de arte itinerante em Muriaé
Sete veículos da frota do Departamento Municipal de Saneamento Urbano serão
pintados pelo talentoso artista João Victor Martins. O intuito é levar a arte para diversos cantos da cidade, especialmente a periferia, e chamar a atenção para a importância do cuidado com o meio ambiente.
Levar arte para todos os bairros da cidade onde vivem, até os mais distantes, sempre foi um desejo do jovem artista mineiro João Victor Martins, de 22 anos. Agora, essa aspiração se concretiza — e sobre rodas, em Muriaé, na Zona da Mata mineira.
Diante do propósito de disseminar arte de maneira democrática e renovar o serviço de coleta, João se integrou ao projeto ‘Raízes e Arranha-Céus: Uma Arte Itinerante’, conduzido pela produtora cultural e videomaker Elisa Oliveira, conferindo uma atmosfera única aos caminhões de lixo do Departamento Municipal de Saneamento Urbano (Demsur).
Assim, aqueles que se deslocam pelas ruas para descartar o lixo aos coletores ou qualquer pessoa que se depara com os caminhões pelas vias da cidade têm a oportunidade de contemplar arte em uma improvável tela em movimento.
“Pensamos em algum veículo que passasse por toda a cidade. O caminhão de lixo surgiu como escolha ideal, justamente por alcançar todos os pontos do município”, explicou o artista, reconhecido também por desenvolver um muro em braile para indivíduos com deficiência visual.
A pintura dos veículos é realizada com tinta spray, em intervenções que apresentam cores vibrantes e formas expressivas que também incentivam a separação de recicláveis. Ao todo, sete caminhões receberão essa transformação artística, promovendo uma mensagem de consciência ambiental e reflexões sobre sustentabilidade, cidadania, limpeza e valorização do espaço coletivo.
O projeto é possibilitado pela Política Nacional de Fomento à Cultura Aldir Blanc 2024-2, executada pela Fundarte.
O muralista João Victor Martins, reconhecido por seus projetos inclusivos, prossegue sua missão de levar a arte para todos os cantos, garantindo que mais pessoas possam vivenciar essa transformação e apreciar a arte de maneira democrática e acessível. É gratificante ver essa iniciativa em Muriaé, aproximando a arte de públicos que, muitas vezes, não tinham acesso a ela. A arte se torna um elemento transformador, renovando a paisagem urbana e promovendo a interação com mensagens importantes sobre o meio ambiente e a comunidade.