Caminhoneiro vítima de explosão tentou pedir ajuda após perder a perna

O motorista que morreu após a explosão de um caminhão em um posto de combustíveis, em Rio Claro (SP), conseguiu ligar após o acidente para avisar que havia perdido uma perna e que precisava de ajuda.

Jovino Rocha de Andrade teve a morte confirmada pela Santa Casa às 4h10 desta quinta-feira (1). Ele tinha 51 anos e foi uma das duas vítimias socorridas em estado gravde. Outras 20 pessoas ficaram feridas.

Segundo site do G1, Andrade morava em Conchal (SP) e mantinha uma transportadora com quatro caminhões, preparava-se para uma viagem ao Rio de Janeiro e, no momento do acidente, abastecia dois caminhões no posto. Ele estava acompanhado da esposa grávida, que aguardava em uma caminhonete, e de outro motorista.

Quando viu o caminhão carregado com produtos químicos chegar ao local com um dos pneus em chamas, Andrade tentou socorrer o motorista. “Ele correu para ajudar apagar, quando foi bater na porta do caminhão, deu a explosão”, contou o amigo e funcionário José Antonio de Aquino em entrevista à Rádio CBN São Carlos.

Aquino contou que, mesmo ferido, o amigo conseguiu ligar e pedir ajuda. “O vácuo jogou ele debaixo do caminhão. Ele ligou para a esposa do amigo que estava com ele e falou: perdi uma perna, preciso de ajuda. Ela avisou o marido, que chamou o resgate”, disse.

O caminhoneiro foi socorrido e levado para a Santa Casa, passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada. “Ele sempre foi prestativo e ajudava as pessoas. Tinha um coração que era maior do que ele. Foi uma enorme tragédia”, lamentou o amigo.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp