Desde o dia 18 até 25 de setembro, acontece a Semana Nacional do Trânsito. Pensando nisso, a Associação Brasileira de Toxicologia (ABTox) elaborou um levantamento a respeito dos exames toxicológicos de motoristas no Brasil, entre março de 2016 e agosto de 2022. Nos resultados positivos para consumo de drogas, a maior parte é de condutores de ônibus, vans, caminhões e carretas.
Uso de drogas no trânsito
O exame toxicológico de larga janela passou a ser obrigatório em março de 2016. Por esse motivo, o levantamento da ABTox pegou justamente esse recorte de tempo. Desde então, foram 235.887 testes positivos em todo o País, segundo registros no Painel Toxicológico do Sistema Serpro.
“Esse aumento se deve à obrigatoriedade dos exames para os motoristas profissionais. Até recentemente isso não existia. Ouvíamos falar sobre o problema, mas ele ficava escondido, ou seja, o problema existia, mas não era fiscalizado”, explica Marcos Rothen, engenheiro de transportes.
Dentro do número total, 111.475 (47,2%) são de motoristas com habilitação na categoria D, de van e ônibus. Além disso, 81.789 (34,6%) possuem as categorias C e E, de caminhão e carreta. Como base de comparação, motoristas das categorias A e B, de moto e carro, respectivamente, somam juntos 42.622 testes positivos (18,06%).
“Os motoristas profissionais normalmente tem uma jornada excessiva e utilizam drogas para ficar mais tempo acordados. Mas também tem o uso “recreativo”, pois muitos desses motoristas ficam muito tempo fora de casa em condições que nem sempre são adequadas, e acabam usando algum tipo de droga para descansar. Também há os casos que envolvem bebidas”, comenta Marcos.
De acordo com o engenheiro de transportes, a cada dia há o surgimento de novas drogas, o que é preocupante. Para evitar tal fenômeno, ele acredita que é necessário haver uma maior fiscalização, melhor preparo das Polícias Rodoviárias e uma mudança quanto às jornadas de trabalho de motoristas, a fim de minimizar os riscos.
Os estados com mais motoristas com exames toxicológicos positivos foram os seguintes: São Paulo, com 64.197; Minas Gerais, com 32.189; Paraná, com 24.458; Rio Grande do Sul, com 23.004; e Santa Catarina, com 18.827.