‘Campanha deve chegar ao ápice’, diz cientista político sobre 2° turno

“Depois de um acontecimento negativo como esse, acabou afetando de fato a candidatura e deu impulso para no final Ronaldo Caiado se consagrar vencedor”

Em entrevista ao jornal Diário do Estado o cientista político Pedro Mundim, analisou o cenário do pós-eleições estaduais e referente ao segundo turno para presidente da República. O especialista apontou como esperada a vitória do Senador Ronaldo Caiado (DEM), mas que a surpresa seria por conta da sua ampla vantagem, em que atingiu quase 60% dos votos goianos. Deixando em segundo lugar Daniel Vilela (MDB) e em terceiro o tucano Zé Eliton (PSDB), ambos com pouca diferença de votos.

O cenário analisado por Pedro aponta que a operação Cash Delivery, que prendeu integrantes acusados de estarem ligados com crimes de corrupção e lavagem de dinheiro e que envolveu o nome do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), contribuiu para o resultado deste domingo (7). Ainda observando esse cenário a queda o candidato tucano para a disputa ao governo do estado não foi tão surpreendente. Para o especialista já era algo esperado e que as pesquisas indicavam a umas semanas atrás. “Depois de um acontecimento negativo como esse, acabou afetando de fato a candidatura e deu impulso para no final Ronaldo Caiado se consagrar vencedor”, analisa.

Já para o Senado, era esperado a vitória dos candidatos Vanderlan Cardoso (PP), e Jorge Kajuru (PRP). Marconi Perillo era o favorito há duas semanas atrás, mas com os últimos acontecimentos o cenário mudou. “Todo esse problema envolvendo o tucano, acabou atrapalhando, porque ajudou a impulsionar os seus concorrentes e os votos que estavam com ele foram para oposição”, completa.

Brasil

Em relação ao cenário nacional, o segundo turno entre os candidatos Jair Bolsonaro e Fernando Haddad já era esperado conforme indicavam as pesquisas. Para o cientista a expectativa para o próximo dia 28 é “o mais do mesmo”. “Talvez tenhamos um Bolsonaro mais ativo, por conta da sua saúde e ele vai precisar manter os votos que ele recebeu e ainda conquistar mais alguns para que seja eleito”, afirma.

Ainda na analise de Pedro a campanha de Haddad mais propositiva deixando um pouco de lado o ex-presidente Lula, chamando Bolsonaro para o debate. “A consequência disso vai ser o acirramento maior entre os eleitores, já existe uma grande polarização a cada eleição presidencial e é possível que isso chegue ao ápice nessas três semanas”, conclui.

 

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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