Campanha rende até R$ 600 para cabos eleitorais em Goiânia

Cabos eleitorais

Campanha rende até R$ 600 para cabos eleitorais em Goiânia

A campanha política exige muito mais do que o esforço dos candidatos aos cargos de presidente da República, governador, senador e deputados estadual e federal. Com eles, uma equipe grande se esforça para tornar o nome deles conhecido e preferido. É a tarefa dos cabos eleitorais, que surge como oportunidade de emprego para milhares de pessoas que ganham uma renda extra distribuindo panfletos de propaganda e fazendo bandeiraços na cidade. O salário temporário pode chegar a R$ 600 por mês.

Um anúncio divulgado em grupos de um aplicativo de mensagens oferta quatro vagas para atividades de campanha. O “emprego” conta com lanche no local, remuneração de meio salário mínimo e vale-transporte de R$ 120 para 13 dias de trabalho com seis horas de jornada diária, mas sem nenhuma folga nesse período. 

“Ponto de Encontro: Terminal Isidória. Especificamente, as atividades dessa equipe serão realizadas no noturno. Nos bares e filas de baladas da cidade. Dessa forma, preferencialmente pessoas mais jovens e desenroladas”, consta na proposta.

A ocupação aparece como uma salvação para muitos goianos até o primeiro turno das eleições, em 2 de outubro, e eventual segundo turno, no dia 30 de outubro. A aposentada Maria Helena Santos conseguiu assinar um desses contratos freelancer. Ela afirma que as atribuições são compatíveis com o valor combinado: a militância é virtual e presencial com postagem dos famosos “santinhos” pelos Correios.

Os afazeres são semelhantes ao da prima, Maria Divina Santos. De acordo com ela, o salário é de R$ 500 por mês para colaborar na campanha política de um candidato conhecido na região onde mora por meio de divulgação no Facebook e no Instagram e também postagem de folhetos de propaganda em caixas de correio.

“É pouco, mas complementa a renda nessa época de campanha. Uma pena que depois acaba. Um dinheirinho a mais ajuda sempre, viu?”, diz.

O trabalho das cabos eleitorais é pago com cerca de R$ 325 milhões do Fundo Eleitoral distribuídos para candidatos de todo o País. Mais de R$ 860 mihões já forma gastos com panfletos, adesivos e outros materiais impressos para a campanha eleitoral, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Restrições

Uma resolução do TSE sobre propaganda eleitoral proíbe  a veiculação de publicidade paga na Internet,exceto em caso de impulsionamento de conteúdo. O texto também não autoriza a contratação de pessoas físicas ou jurídicas que façam publicações de cunho político-eleitoral em páginas na internet ou redes sociais.

Por outro lado, a publicação com elogios ou críticas a candidatas e candidatos, feitos por uma eleitora ou eleitor em página pessoal, não será considerada propaganda eleitoral. A repercussão desse conteúdo está permitida, desde que não ocorra impulsionamento pago de publicações por parte do eleitor com a finalidade de obter maior engajamento.

 

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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