Campos Neto elogia Milei e vê Brasil bem posicionado em relação a tarifaço
Na avaliação do ex-banqueiro central, o Brasil está “bem posicionado” em relação à política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto participou de um evento da Fami Capital, em São Paulo, onde fez considerações sobre o cenário econômico doméstico e global.
Segundo Campos Neto, o Brasil precisa manter o tom de neutralidade com a Casa Branca, buscando negociações e evitando entrar em conflitos desnecessários. Ele destacou que o país não é o foco dos problemas que os Estados Unidos enfrentam e que tem feito um bom trabalho nesse sentido.
A guerra comercial entre EUA e China também foi abordada por Campos Neto, que alertou para a possível “invasão” de produtos chineses no Brasil devido ao fechamento para o mercado americano. Isso poderia gerar uma pressão desinflacionária, impactando a indústria nacional.
Sobre a política fiscal do Brasil, o ex-presidente do BC defendeu a necessidade de um “choque positivo”, incluindo a revisão de gastos sociais para garantir eficiência e redução de despesas. Ele ressaltou a importância da digitalização para aumentar a eficácia do governo e possibilitar uma gestão mais eficiente dos recursos públicos.
Campos Neto também comentou sobre a questão da inflação global após a pandemia, destacando que o aumento da demanda devido aos benefícios sociais teve um impacto significativo. Ele elogiou a atuação da autoridade monetária no curto prazo, mesmo sem poder fazer comentários sobre as decisões recentes devido à quarentena pós-autarquia.
Quando questionado sobre a política econômica do presidente da Argentina, Javier Milei, Campos Neto elogiou o ajuste “forte e impopular” realizado, apontando que o país vizinho parece estar no caminho certo. No entanto, ele ressaltou que a Argentina ainda enfrenta desafios, especialmente em relação ao equilíbrio cambial. A análise de Campos Neto é de que a economia argentina passou por uma contração intensa, mas há indícios de recuperação.
Em resumo, Campos Neto enfatizou a importância do Brasil manter uma postura neutra em relação às questões internacionais, buscando negociações e evitando conflitos desnecessários. Além disso, destacou a necessidade de um ajuste fiscal no país e elogiou a atuação da autoridade monetária, enquanto analisava o cenário econômico global com perspectivas otimistas em relação ao futuro.