Cinco estudantes de medicina da universidade de Anápolis, região central de Goiás, tiveram as bolsas integrais canceladas pela Prefeitura após identificação de irregularidades em quatro inscrições e indícios fortes de fraude em uma delas. Segundo a prefeitura, no momento as bolsas desses alunos estão canceladas, porém, os mesmos podem recorrer na Justiça caso discordem do resultado apresentado.
Os nomes dos alunos prejudicados não foram divulgados, o que dificultou o contato da defesa com o G1. A universidade foi contatada, porém, até o fechamento desta reportagem, não houve retorno sobre o assunto. O resultado da auditoria do programa de bolsas foi publicado no Diário Oficial de Anápolis, revelando que 22 estudantes participaram da vistoria, sendo 13 de medicina e 9 de outros cursos. Entre as inconsistências encontradas estão reprovações acima do limite legal, incompatibilidade socioeconômica e indícios de fraude em um caso.
A Prefeitura de Anápolis garantiu o envio da documentação ao Ministério Público, assegurando o direito ao contraditório e à ampla defesa conforme previsto na legislação vigente. Para o assessor especial de governança e compliance, Bruno Rolin, é essencial investigar a origem das irregularidades, seja por parte dos alunos ou da administração pública. Haverá uma reunião entre as universidades e o MP para discutir a retomada das bolsas suspensas para os 14 alunos com situação regular.
O programa Graduação foi submetido a um Procedimento de Integridade e Conformidade (Antifraude) como forma de assegurar a correta aplicação dos recursos e garantir o acesso justo às bolsas de estudos. Todas as bolsas foram suspensas temporariamente, mas há a previsão de que aquelas dos alunos sem irregularidades sejam retomadas com o apoio das universidades. Já os estudantes identificados com fraude ou irregularidades devem restituir os recursos recebidos desde o início.
Em julho, uma estudante teve sua bolsa suspensa pela Justiça devido a declaração de baixa renda e postagens de viagens internacionais nas redes sociais. O Tribunal de Justiça de Goiás alegou que as informações divulgadas não condiziam com a situação econômica alegada pela estudante. A defesa da jovem afirmou que as viagens não foram custeadas pela família e que há documentação comprobatória. A Prefeitura de Anápolis não confirmou se esta aluna está entre os cinco estudantes afetados pelo cancelamento das bolsas.
A transparência da Prefeitura de Anápolis é evidenciada pela divulgação pública do resultado da auditoria, demonstrando comprometimento com a responsabilidade dos recursos públicos e o respeito aos estudantes. A documentação detalhada está disponível para acesso no Diário Oficial do Município, reforçando a importância da verificação criteriosa e da prestação de contas transparente à sociedade.