Última atualização 02/02/2023 | 16:54
Nesta quinta-feira, 2, a jornalista Glória Maria morreu em decorrência de um câncer de pulmão. Esse tipo da doença é o que mais mata no Brasil, junto ao câncer de mama, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Segundo o médico Frederico Monteiro, isso acontece muito porque a patologia se desenvolve de maneira silenciosa.
O câncer de pulmão e seus perigos
No caso de Glória Maria, a jornalista recebeu diagnóstico de câncer de pulmão em 2019 e tratou com imunoterapia, mas sofreu metástase no cérebro. A imunoterapia, segundo explica o médico oncologista do Cebrom Oncoclínicas, Victor Lisita, vem revolucionando o tratamento das neoplasias malignas com um aumento de sobrevida do paciente.
“O objetivo dela é estimular a resposta imunológica do próprio organismo para combater as células tumorais. No caso especificamente do câncer de pulmão, ela pode ser utilizada de forma isolada ou em combinação com a quimioterapia”, detalha Lisita.
Mesmo assim, o câncer de pulmão segue sendo bastante fatal. Em dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a doença matou 28.618 brasileiros em 2020, com uma taxa de 30 mil novos casos ao ano. Ainda, 85% dos casos são descobertos tardiamente, o que agrava a situação.
“O tumor de pulmão vai se desenvolvendo de uma maneira bem silenciosa e, quando a pessoa se dá conta, a doença já está em estágio avançado. Normalmente, o indivíduo procura o médico porque está com sintomas de tosse com sangue, falta de ar ou dor torácica muito forte. Porém, quando esses sinais são descobertos, a doença já está bem avançada”, alerta Frederico Monteiro ao Diário do Estado (DE).
O oncologista torácico atesta que quando o diagnóstico do câncer de pulmão é feito em fase inicial, ou seja, quando o tumor ainda é pequeno, há uma boa perspectiva de sobrevida. Às vezes, até de cura. “Então, a nossa meta como oncologista e cirurgião é identificar o câncer de pulmão cada vez mais rápido”, acrescenta.
Para isso, o médico conta que orienta as pessoas que fumam cigarro há mais de 15 anos, ou uma carteira de cigarro por dia, que procurem ajuda médica para realizar uma tomografia anual, mas não só eles. O objetivo é prevenir o surgimento do câncer no pulmão e fazer um acompanhamento. Caso a doença se desenvolva, é imprescindível que se realize o diagnóstico o quanto antes.