Câncer de Glória Maria é o que mais mata no Brasil; entenda

Câncer de Glória Maria é o que mais mata no Brasil; entenda

Nesta quinta-feira, 2, a jornalista Glória Maria morreu em decorrência de um câncer de pulmão. Esse tipo da doença é o que mais mata no Brasil, junto ao câncer de mama, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Segundo o médico Frederico Monteiro, isso acontece muito porque a patologia se desenvolve de maneira silenciosa.

O câncer de pulmão e seus perigos

No caso de Glória Maria, a jornalista recebeu diagnóstico de câncer de pulmão em 2019 e tratou com imunoterapia, mas sofreu metástase no cérebro. A imunoterapia, segundo explica o médico oncologista do Cebrom Oncoclínicas, Victor Lisita, vem revolucionando o tratamento das neoplasias malignas com um aumento de sobrevida do paciente.

“O objetivo dela é estimular a resposta imunológica do próprio organismo para combater as células tumorais. No caso especificamente do câncer de pulmão, ela pode ser utilizada de forma isolada ou em combinação com a quimioterapia”, detalha Lisita.

Mesmo assim, o câncer de pulmão segue sendo bastante fatal. Em dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a doença matou 28.618 brasileiros em 2020, com uma taxa de 30 mil novos casos ao ano. Ainda, 85% dos casos são descobertos tardiamente, o que agrava a situação.

“O tumor de pulmão vai se desenvolvendo de uma maneira bem silenciosa e, quando a pessoa se dá conta, a doença já está em estágio avançado. Normalmente, o indivíduo procura o médico porque está com sintomas de tosse com sangue, falta de ar ou dor torácica muito forte. Porém, quando esses sinais são descobertos, a doença já está bem avançada”, alerta Frederico Monteiro ao Diário do Estado (DE).

O oncologista torácico atesta que quando o diagnóstico do câncer de pulmão é feito em fase inicial, ou seja, quando o tumor ainda é pequeno, há uma boa perspectiva de sobrevida. Às vezes, até de cura. “Então, a nossa meta como oncologista e cirurgião é identificar o câncer de pulmão cada vez mais rápido”, acrescenta.

Para isso, o médico conta que orienta as pessoas que fumam cigarro há mais de 15 anos, ou uma carteira de cigarro por dia, que procurem ajuda médica para realizar uma tomografia anual, mas não só eles. O objetivo é prevenir o surgimento do câncer no pulmão e fazer um acompanhamento. Caso a doença se desenvolva, é imprescindível que se realize o diagnóstico o quanto antes.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp