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Câncer em crianças tem cura de 80%, mas exige acompanhamento durante toda a vida

Última atualização 18/11/2022 | 18:10

O diagnóstico de câncer é desafiador, mas em crianças o susto costuma ser maior. Nos pequenos, a leucemia e o câncer de cérebro são os mais frequentes entre os  cerca de 8,5 mil novos casos registrados por ano, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Embora com tratamento similar, os cuidados médicos são diferenciados para a faixa etária.

 

A identificação da doença em uma criança está entre os maiores problemas enfrentados pelas famílias e equipe médica. A maioria dos sintomas são inespecíficos, que podem ser confundidos com quaisquer outras enfermidades. Para a suspeita, a persistência de febre, mal-estar, palidez, dor de cabeça, anemia, vômito e sangramentos costumam ser os gatilhos.

 

Segundo a oncologista pediatra do Araújo Jorge, Carolina Iracema, a reação esperada pelo organismo para a presença de alguns microorganismos sugerem que a criança está com câncer. Ela cita como exemplo a dificuldade da recuperação de plaquetas em uma semana, que poderia inicialmente ser apenas dengue e pode ser leucemia. Outro sinal de atenção são caroços em crescimento pelo corpo. 

 

“O tratamento é diferente do adulto, mas também tem radioterapia, quimioterapia e cirurgia. As doses, no entanto, são completamente diferentes porque na criança são maiores comparada a dos adultos. Elas têm o corpo mais forte e toleram doses mais altas A chance de cura do câncer na infância é de até 80% devido à biologia do tumor, que responde melhor às inervenções”, detalha.

 

A especialista afirma que os pequenos devem ser acompanhados por um médico até o fim da vida. A recidiva é possível, mas costuma ser pouco frequente. A recomendação ocorre pelo fato de a doença e o tratamento afetarem o desenvolvimento dos órgãos. “Após três ou cinco anos do tratamento, a chance de o câncer voltar é pequena. No Araújo Jorge, sugerimos dez anos ou até completar 18 anos, o que for mais longo. Pode haver atraso importante nos órgãos e só conseguimos detectar isso cinco ou dez anos depois, precisamos avaliar se a criança está crescendo normalmente, esclarece.