*O câncer é a principal causa de morte de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos no Distrito Federal. No Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) foram registrados ao longo de 2024 um total de 180 casos, resultando em uma média de 18 óbitos por mês.*
A unidade Hospital da Criança é referência no tratamento de câncer infantojuvenil pelo SUS, o que atrai pacientes de diversas partes do país em busca de cuidados especializados. Segundo projeções do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve registrar cerca de 7.930 novos casos da doença entre os anos de 2023 e 2025, representando um risco estimado de 134,81 casos por milhão de crianças e adolescentes.
O câncer infantojuvenil é definido como um grupo de doenças caracterizadas pela proliferação descontrolada de células anormais em diversas partes do organismo. Em contraste com o câncer em adultos, essa condição geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e tecidos de sustentação. Neviçolino Filho, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica, destaca os principais desafios enfrentados pela rede pública de saúde, incluindo atrasos no diagnóstico, dificuldades de acesso ao tratamento e falta de estrutura nos hospitais.
O câncer mais comum entre crianças e adolescentes é a leucemia, seguido por leucemias e linfomas, tumores cerebrais, neuroblastomas, sarcomas de partes moles e outros tipos específicos. O tratamento da doença envolve múltiplas abordagens, como quimioterapia, radioterapia, cirurgia e transplante de medula óssea, que são adaptadas de acordo com o tipo e estágio do câncer.
Apesar das adversidades do tratamento, algumas famílias conseguem encontrar apoio e ressignificar o processo, como no caso de Shalma Vicentim, que criou a Rede de Apoio às Mães Oncológicas após a filha receber o diagnóstico da doença. O grupo, que reúne mães de crianças em tratamento, oferece suporte emocional, informações e auxílio direcionado às necessidades das mães.
Os sintomas do câncer infantojuvenil são semelhantes aos de outras doenças comuns na infância, como hematomas, dores ósseas, caroços, febre constante, perda de peso inexplicada, entre outros. É essencial que os pais estejam atentos a esses sinais e levem seus filhos regularmente ao pediatra para avaliação e diagnóstico precoce.
A conscientização sobre o câncer infantojuvenil e a importância da prevenção e tratamento adequado são fundamentais para combater essa doença que afeta tantas crianças e adolescentes. É essencial fornecer recursos e suporte para pacientes e familiares durante o difícil processo de enfrentar a doença e buscar a cura. Com informação e solidariedade, é possível ampliar o apoio a essas famílias e melhorar a qualidade de vida das crianças em tratamento.