Candidatura de Boulos à Presidência é oficializada pelo PSOL

O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, foi lançado hoje (21) candidato à Presidência da República pelo PSOL, na convenção nacional em São Paulo. Também foi homologado o nome de Sônia Guajajara, representante do povo indígena, para vice-presidente. O PSOL aprovou aliança com o Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Para um público formado por integrantes do MTST, movimentos sociais e representantes dos povos indígenas, Boulos destacou que irá defender temas que pertencem aos princípios do partido, como o direito ao aborto e à desmilitarização da polícia.

“Não teremos medo de defender o direito ao aborto neste país, porque é um tema de saúde pública, e precisamos defender o direito à vida das mulheres, principalmente as mais pobres. Também vamos combater o genocídio da juventude negra, revendo o modelo de segurança pública. O que não podemos é legalizar a distribuição de armas neste país”, disse.

Em vários momentos, ressaltou a necessidade das investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada em março deste ano no Rio de Janeiro, ao lado do motorista Anderson Gomes.  “Enquanto não houver justiça, a democracia brasileira permanecerá manchada.”

 

Eleições

Boulos defendeu a liberdade e o direito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ser candidato. “Nós defendemos o direito de Lula ser candidato à Presidência da República porque entendemos que foi vítima de uma condenação injusta e que hoje sofre uma prisão política para retirá-lo do processo eleitoral”, afirmou.

Ao comentar a aliança com o PCB e os movimentos sociais, Boulos criticou adversários. Segundo ele, muitos buscam alianças somente para conquistar maior tempo no horário eleitoral gratuito. “Fazem um verdadeiro balcão de negócios. Nós preferimos governar tendo todos estes partidos na oposição.”

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, disse que o partido poderá ter 23 segundos no horário eleitoral gratuito. “Vamos compensar com nossa militância nas ruas e uma plataforma colaborativa nas redes virtuais, que formarão grupos de ação em vários estados”, disse Boulos.

Informações da Agência Brasil.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp