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Cantor sertanejo é acusado de desviar R$ 109 milhões, que seriam usados para comprar respiradores, em Guarujá

Última atualização 31/08/2022 | 17:40

O empresário e cantor sertanejo, Almir Matias, foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira, 31, devido a suspeitas de que ele teria participado de um esquema criminosos que fraudou a aquisição de respiradores para o tratamento da Covid-19, em Guarujá (SP). 

O cantor, com a ajuda do prefeito da cidade, Valter Suman e da primeira-dama Edna Suman, teria desviado R$ 109 milhões, a fim de alavancar a sua carreira musical. O esquema também contava com o secretário de Educação, Marcelo Nicolau, que atuava como operador das transações, além da esposa de Almir. Ao todo, a cidade recebeu R$ 153 milhões da União para gerenciar os serviços públicos de saúde da cidade.

De acordo com a PF, com o restante do dinheiro, os mandatários do município teriam adquirido equipamentos proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por não serem eficientes no tratamento da doença respiratória causada pela Covid-19.

Por conta disso, Almir foi indiciado por vários crimes, entre eles corrupção ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Caso seja condenado, o cantor e os outros investigados podem pegar uma pena de até 18 anos de reclusão, além de multa.

A defesa do empresário não se manifestou sobre a prisão, já o prefeito negou ter proximidade com Almir Matias, porém, há registros de mensagens trocadas com a primeira-dama, Edna Suman, pedindo para ela buscar R$ 50 mil com Almir. Segundo as investigações, a quantia seria uma propina. O prefeito Valter Suman, assim como o cantor, chegou a ser preso, mas acabou respondendo em liberdade.

Cantor sertanejo Almir Matias

Almir Matias se diz um cantor profissional, tendo até fã-clube nas redes sociais. Ele produziu videoclipes, além de fazer shows. Porém, além de investir em sua carreira artística, o empresário também teria desviado parte do dinheiro para empresas ligadas a ele. Inclusive, teve até salão de beleza que ganhou R$ 12 milhões em plena pandemia.

Segundo a PF, Matias é dono e controlador de entidades que se qualificam como Organizações Sociais. Uma delas foi contratada para gerenciar o atendimento nas principais unidades de saúde de Guarujá entre os anos de 2018 a 2021.

As OS’s firmavam contrato de gestão com as prefeituras para atuarem na administração da saúde, sendo que as contratações eram superfaturadas. Já os recursos por serviços não prestados eram repassados para empresas fantasmas.