Produtores rurais estão sendo capacitados para auxiliar no combate às queimadas durante o período de estiagem no interior de São Paulo. Como preparação para a temporada de menor incidência de chuvas, que começa em junho, a Defesa Civil Estadual realizou um treinamento em São José do Rio Preto (SP) com a participação de agentes de 96 municípios. Em 2024, o noroeste paulista enfrentou uma das piores estiagens, resultando em diversas ocorrências de incêndios em áreas de mata.
Diante do aumento significativo de focos de incêndio em áreas de vegetação no ano passado, brigadistas, agentes de proteção e produtores rurais de 96 municípios da região de São José do Rio Preto participaram de um treinamento para colaborar no combate às queimadas durante a estiagem. O treinamento, que reuniu 317 participantes, consistiu em instruções teóricas sobre como agir diante da temporada de poucas chuvas, baixa umidade relativa do ar e o aumento na incidência de incêndios, previstos para começar em junho.
Segundo dados alarmantes registrados na região noroeste paulista, o número de focos de incêndio em locais como Rio Preto aumentou em 92% entre janeiro e agosto de 2024 em comparação com todo o ano anterior. Em toda a região, os registros de queimadas subiram de 3.076 para 4.993 no mesmo período. Esses incidentes causaram prejuízos consideráveis, como no caso do agricultor Antônio José Boci, de Cedral (SP), que perdeu cercas, pastagens e animais devido a um incêndio que devastou sua propriedade.
Além das causas naturais e da seca, as ações criminosas também são motivo de preocupação para as autoridades. Cerca de 40% das 250 ocorrências de incêndio no Estado foram consideradas criminosas. A preparação das cidades para o combate a incêndios faz parte da “Operação São Paulo Sem Fogo”, na qual os participantes são capacitados e orientados sobre legislações, limites de atuação e formas de combate para garantir a melhor resposta durante a temporada crítica de incêndios.
A capacitação conta com o apoio de diversos órgãos, como a CETESB, Fundação Florestal, Secretaria de Meio Ambiente, Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e meteorologistas, visando fortalecer as ações de prevenção. Uma das novidades é o aumento da multa para queimadas ilegais, que passou de R$ 1 mil para R$ 3 mil por hectare, conforme resolução em vigor desde março. A programação da Defesa Civil inclui ainda aulas práticas entre os dias 12 e 16 de maio para reforçar o treinamento teórico realizado anteriormente.
O trabalho conjunto e a colaboração entre os municípios é essencial para lidar com situações de emergência causadas por incêndios. Com o apoio mútuo e a integração das estruturas locais, é possível uma resposta mais eficiente e eficaz diante de incidentes desse tipo. A conscientização e preparação dos produtores rurais e agentes de proteção são fundamentais para garantir a segurança das comunidades e a preservação do meio ambiente.