Capitã cloroquina pede ao STF para ficar em silêncio na CPI

Depois do ex-ministro Eduardo Pazuello garantir no Supremo Tribunal Federal (STF) salvo-conduto para ficar calado durante depoimento à CPI da Covid no caso de questões que possam incriminá-lo, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) Mayra Pinheiro, também conhecida como “capitã cloroquina”, acionou a Corte pelo direito de não se autoincriminar perante o colegiado.

A médica declarou “temor” devido a suposta “agressividade” dos senadores ao inquirir os depoentes da comissão. Sua oitiva na CPI está agendada para às 9h de quinta-feira, dia 20.

Na noite deste domingo, 16, em habeas corpus impetrado na corte, os advogados Djalma Pinto e Rafaela Ribeiro Pinto solicitam quatro pedidos ao STF: para que Mayra seja assistida por sua defesa durante o depoimento; que seja garantida a palavra aos advogados da médica, pelo presidente da CPI Omar Aziz, para a defesa da servidora; o direito de Mayra não se autoincriminar; e que as partes seja tratadas com “urbanidade” durante o depoimento.

Os representantes de Mayra pedem ainda que caso suas prerrogativas profissionais ou as garantias da médica sejam desrespeitadas, eles possam finalizar o depoimento sem que exista qualquer “medida restritiva de direitos ou privativa de liberdade”, como a prisão.

Os principais argumentos da defesa são devido ao depoimento de outro aliado do presidente Jair Bolsonaro, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten. Eles afirmam que o pedido de prisão de Wajngarten, feito pelo relator da comissão, Renan Calheiros, é um exemplo de que a  CPI estaria “constrangendo” testemunhas. O pedido foi devido a contradições no depoimento do ex-secretário.

Os advogados de Mayra ainda citam que o presidente da CPI, Omar Aziz, negou a palavra aos defensores de Wajngarten, depois do pedido de prisão feito por Renan. Na ocasião, Aziz respondeu ao pedido dizendo: “eu não sou carcereiro de ninguém”.

No habeas corpus preventivo encaminhado ao STF, os advogados declararam que as ações da médica na Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde estão “respaldados por documentos produzidos pelo Ministério da Saúde e por documentos e publicações científicas”.

A defesa ainda alegou que Mayra pode ser “submetida a constrangimento inclusive, com ameaça à sua liberdade de ir e vir” durante o depoimento à CPI devido a somente parte dos integrantes do colegiado são da área médica – “o que torna previsível a dificuldade na avaliação e análise dos estudos científicos comprovados que embasaram as suas ações”.

Foto: Julio Nascimento

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Bolsonaro pode apoiar Daniel Vilela em 2026

“Wilder não sabe se será o presidente do PL até lá. Eu vou apoiar para o governo de Goiás quem o Bolsonaro indicar”, afirma o vereador eleito em confronto com o senador.

Com a atenção voltada para a sucessão estadual de 2026, o vereador eleito de Goiânia, Major Vitor Hugo (PL), organizou um encontro entre o vice-governador Daniel Vilela (MDB) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após as eleições municipais. A reunião surpreendeu a cúpula do PL em Goiás, que reagiu com um comunicado repudiando a ação de Vitor Hugo. Essa articulação, no entanto, lança dúvidas sobre a liderança do senador Wilder Morais, presidente do PL em Goiás, especialmente após a fraca performance do partido nas eleições municipais deste ano.

De acordo com Major Vitor Hugo, a reunião foi autorizada por Bolsonaro e abordou o cenário eleitoral tanto nacional quanto estadual. O vice-governador Daniel Vilela, que deverá assumir o governo em abril de 2026, se posiciona como um candidato natural para suceder o governador Ronaldo Caiado (União Brasil). O grupo governista saiu fortalecido das eleições municipais, tendo conquistado cerca de 200 prefeituras, além da expressiva popularidade de Caiado, que atingiu uma aprovação de 88%, conforme pesquisa Quaest divulgada recentemente.

Wilder Morais também se declarou pré-candidato ao governo de Goiás. No entanto, ao contrário de Vilela, o projeto eleitoral do senador enfrenta diversos obstáculos. “Essa definição, conforme a lei e o estatuto do PL, será tomada em julho de 2026, durante a convenção. Afirmar que é candidato com um ano e meio de antecedência é uma posição individual”, alertou Vitor Hugo em entrevista ao jornal O Popular.

“Wilder não sabe se será o presidente do PL até lá. Eu irei apoiar para o governo de Goiás quem o Bolsonaro indicar. Apoiarei também para o Senado quem o Bolsonaro indicar, assim como segui as suas orientações nas eleições deste ano”, enfatizou Major Vitor Hugo, sugerindo que as decisões eleitorais dentro do PL são predominantemente determinadas pelo ex-presidente.

A tensão no PL e a deterioração da liderança de Wilder Morais se refletem nos resultados das eleições municipais. O senador havia anunciado que o partido teria um desempenho robusto e sairia fortalecido para a sucessão estadual. Contudo, o resultado ficou muito aquém das expectativas, com apenas 26 prefeitos eleitos, menos da metade do que foi inicialmente projetado.

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