Cardeal condenado e demitido por Francisco diz que não estará no conclave
Angelo Becciu afirmou que vai respeitar a vontade do papa, mas diz que é inocente
Um cardeal italiano que foi condenado por peculato e fraude disse nesta terça-feira (29) que não participará do conclave secreto para eleger o novo papa.
O cardeal italiano Angelo Becciu, o mais alto funcionário da Igreja Católica, já julgado em um tribunal criminal do Vaticano, disse em uma declaração que não iria participar do conclave.
Becciu foi condenado a cinco anos e meio de prisão por um tribunal do Vaticano em dezembro de 2023. Ele nega todos os delitos e está livre enquanto aguarda um recurso.
“Tendo em coração o bem da Igreja… Decidi obedecer, como sempre fiz, à vontade do Papa Francisco e não entrar no conclave, ainda estando convencido da minha inocência”, disse o cardeal.
Francisco, que morreu em 21 de abril, havia demitido Becciu do alto escalão do Vaticano em 2020 e o acusou de desfalque.
O papa permitiu que Becciu mantivesse seu título eclesiástico e seu apartamento no Vaticano, mas o privou do que o Vaticano disse na época serem “os direitos associados ao cardinalato”.
A redação dessa declaração deixou dúvidas sobre se Becciu ainda poderia entrar no conclave para eleger o sucessor de Francisco.
Os cardeais católicos do mundo, que estão se reunindo esta semana para discutir assuntos gerais que enfrentam a Igreja global antes de votar sobre o novo papa, eram conhecidos por terem discutido o que fazer com o caso de Becciu.
O conclave deve começar em 7 de maio.