Aliados próximos à deputada Carla Zambelli (PL-SP) afirmaram que ela não retornará ao Brasil, após anunciar sua saída do país no último final de semana. A decisão veio após Zambelli ter sido condenada a mais de 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal, por sua participação na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça com o intuito de disseminar desinformação.
Diante da perspectiva de cumprir a pena em regime fechado, um aliado da parlamentar destacou que “ela não conseguiria suportar a ideia de ser presa. Cadeia não é algo a ser subestimado”. A saída de Zambelli do país também foi motivada pela falta de apoio do presidente Jair Bolsonaro, que a responsabilizou pela derrota eleitoral em 2022. A deputada ainda enfrenta um segundo processo no STF, relacionado a uma perseguição armada a um apoiador de Lula em São Paulo.
Atualmente, Zambelli tem concedido entrevistas para veículos partidários, afirmando estar nos Estados Unidos e pretendendo seguir para a Europa. Em suas declarações, a deputada busca se equiparar ao discurso de vítima de “perseguição”, semelhante ao adotado por Eduardo Bolsonaro. No entanto, as circunstâncias de sua saída do país revelam um cenário de isolamento político e judicial.
A postura de Zambelli durante o segundo turno das eleições, onde se envolveu em uma discussão com um eleitor de Lula nas ruas de São Paulo, resultou em um processo adicional no Supremo. O episódio teria ocorrido após o eleitor se dirigir à parlamentar de forma provocativa, chamando-a de “espanhola”. Tal incidente contribuiu para a deterioração da imagem pública e política da deputada, culminando em sua decisão de deixar o país.
Com uma carreira política marcada por polêmicas e confrontos, Carla Zambelli enfrenta um cenário desfavorável tanto no âmbito jurídico quanto no cenário político brasileiro. Sua saída do Brasil e a busca por refúgio na Europa refletem um desfecho sombrio para uma trajetória que envolveu desde acusações de invasão de sistemas até condutas agressivas em relação a eleitores. A partir de agora, resta acompanhar os desdobramentos dessa situação e suas possíveis consequências.
