Câmara: ex-secretário de Nunes rompe com bancada e vira independente
Carlos Bezerra Jr. (PSD) critica o líder do partido na Câmara, Thammy Miranda, e
afirma que virou independente da base governista
São Paulo — O vereador Carlos Bezerra Jr. (PSD) rompeu com a bancada do seu partido na
Câmara Municipal de São Paulo e se declarou
independente da base de governo Ricardo Nunes (MDB) na casa.
Bezerra foi secretário municipal de Esportes e também de Assistência e
Desenvolvimento Social (SMADS) da gestão Bruno Covas (PSDB) e continuou no cargo
após a morte do tucano, quando Nunes assumiu. Ele deixou a pasta em abril do ano
passado para disputar a eleição para vereador.
De acordo com o parlamentar, a decisão se dá pelas demonstrações de
“subserviência” da bancada do PSD em relação a Nunes. Ele ainda considera que o
prefeito tem tido uma postura autoritária em relação aos vereadores e reclama da
falta de diálogo.
O vereador assumiu uma cadeira da Câmara como suplente de Rodrigo Goulart (PSD),
que se licenciou para se tornar secretário do Desenvolvimento Econômico e
Trabalho de Nunes.
O atrito de Bezerra com o governo ficou evidente quando Goulart foi chamado para
assumir excepcionalmente seu lugar para
votar a favor do projeto que alterou o nome
da Guarda Civil Metropolitana (GCM) para Polícia Municipal. A medida tem o
endosso de Ricardo Nunes.
Além de Bezerra, o PSD conta com os vereadores Thammy Miranda, líder da bancada,
e Edir Sales, veterana na Câmara e autora do
projeto que alterou o nome da GCM. O ex-tucano fez críticas a Miranda, alegando
falta de diálogo na tomada de decisões da bancada.
“Nunca houve uma reunião da bancada do PSD para a tomada de decisões. A escolha
do líder, das comissões, das diretrizes, tudo é decidido de cima para baixo,
conforme as ordens que o governo dá ao líder da bancada. Falta diálogo e,
inclusive, há até ameaças de retaliação, do tipo: ‘ou aceita, ou já era’. Eu
represento os interesses da população e, apesar do autoritarismo estar na moda,
não serei subserviente a esses ‘joguinhos'”, afirmou.
Com o rompimento de Bezerra, aumenta a lista dos vereadores que integram
partidos da base, mas que se declaram independentes. Ele se junta a nomes como
Lucas Pavanato (PL), Rubinho Nunes (União), Janaina Paschoal (PP) e Sargento
Nantes (PP).
Com uma oposição maior e a ala dos independentes, Nunes não conta com maioria
folgada para passar projetos que necessitem de aprovação de maioria qualificada
no plenário.
Na última semana, no primeiro grande teste da base governista, só foi possível
aprovar o Projeto de Emenda à Lei Orgânica que alterou o nome da GCM após um
acordo com as lideranças que também aprovou a obrigatoriedade do voto presencial
em plenário, o que foi considerada uma vitória da oposição, uma vez que isso
facilita a obstrução de votações de interesse do governo.