Carlos Bolsonaro diz que irá deixar de administrar redes sociais do pai: ‘Rato’

O vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), também conhecido como “02”, anunciou neste domingo, 16, que deixará o comando das redes sociais do pai, Jair Bolsonaro (PL), depois de 10 anos à frente das plataformas do ex-presidente. 

“Após mais de uma década à frente e ter criado as redes sociais de @jairbolsonaro, informo que muito em breve chegará o fim deste ciclo de vida voluntariado”, afirmou na publicação. 

Sem dizer quando deixará a função, o político afirmou que dará início a uma nova fase da vida, “nada impulsivo, apenas justo e olhando para frente em uma nova fase de vida”. 

Carlos afirmou que foram anos que lhe proporcionaram “muita satisfação” e que tem a certeza de que foi um trabalho de valia para as “pessoas boas”. Sem citar nomes, ele reclamou de ficar “sozinho anos” e de receber um tratamento que “nem um rato merecia”. 

Havia uma expectativa de “02″ se manter à frente das mídias sociais do pai e liderar a defesa do legado de Bolsonaro junto aos do ex-mandatário. Mesmo deixando de comandar as plataformas do político, Carlo deve seguir como um dos principais conselheiros de Bolsonaro. 

Ciclo eleitoral 

O próximo ciclo eleitoral está nos planos do irmão mais velho de Carlos. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que quer disputar a Prefeitura da capital fluminense no ano que vem. Sob a tutela de Carlos, funcionou durante a gestão de Bolsonaro o chamado “gabinete do ódio”, formado por assessores especiais da Presidência e apontado como o responsável por produzir conteúdos para atacar pessoas previamente escolhidas pelo grupo. 

Nas eleições de 2022, a campanha de Bolsonaro à reeleição viveu um racha na comunicação entre aliados do centrão e Carlos. O filho “02” do ex-mandatário é crítico das estratégias convencionais do marketing eleitoral. 

As divergências se tornaram públicas em uma mensagem do vereador publicada em uma de suas redes sociais. 

“Vou continuar fazendo o meu aqui e dane-se esse papo de profissionais do marketing…. Meu Deus!”, disse Carlos, com emojis de risada, em resposta a uma publicação sobre o slogan que seria usado por Bolsonaro na inserção do PL na TV protagonizada pelo pai.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp