As festas de Carnaval colocaram em risco a estabilidade da Covid-19 em Goiás. A tendência é que ocorra um aumento nos casos positivos e hospitalizações, já que a variante Ômicron do novo coronavírus, predominante no país, apesar de apresentar menor gravidade, é altamente contagiosa.
Em alguns municípios goianos as festividades de Carnaval foram canceladas, entretanto, o período ainda é visto como preocupante pela médica infectologista, Juliana Barreto. A razão é simples: as aglomerações acabam acontecendo durante o feriado.
“As pessoas, pelo feriado, acabam se aglomerando para o Carnaval. Se houver essa aglomeração, daqui dez dias nós vamos ver o reflexo disso, que é o aumento de casos, ter que fechar o comércio, ou seja, retrocesso. Então, tudo depende do comportamento social coletivo”, afirma Juliana Barreto.
Já o médico infectologista, Marcelo Daher, acredita que ocorra aumento no número de casos, mas sem maiores consequências. Isso se justificaria pelo fato de mais de 70% da população estar vacinada contra a doença.
“Provavelmente haverá um repique de casos, normalmente isso acontece entre os mais jovens. Um aumento de diagnósticos e depois se estabiliza. A gente tem visto isso na Inglaterra e na Dinamarca. Pela alta cobertura que nós temos, por ser o grupo mais jovem que está se expondo e por ser a variante Ômicron, provavelmente não teremos um aumento de internações hospitalares tão significativos”, explicou Marcelo Daher.
Recomendações
No entanto, Daher reforça a importância da atenção e responsabilidade para evitar a infecção em idosos e portadores de comorbidades.
“No Carnaval é impossível evitar aglomeração para quem foi para festas. Então, o que é importante neste momento? É necessário que essas pessoas mantenham o distanciamento social com pessoas mais velhas e de maior risco. E só se aproximem delas novamente cinco ou seis dias depois, de preferência testado”, ressaltou Daher.
Ainda de acordo com o médico, realizar o teste de detecção da Covid-19 é essencial para evitar que o vírus atinja pessoas mais vulneráveis.
“Testem-se antes de se aproximar das pessoas mais vulneráveis. Que poderia ter uma forma mais grave da doença. E esse teste deve ser feito de cinco a seis dias após a última exposição de maior risco. Esta seria a conduta mais prudente neste momento de ômicron”, conclui o Daher.
Boletim epidemiológico
De acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO), Goiás registrou 459 novos casos de Covid-19. Desde o inicio da pandemia foram registrados 1.166.574 casos e 25.750 mortes em decorrência da doença.